Chanceler da Índia prevê decisão sobre exportações de vacinas em algumas semanas
A Índia poderá decidir sobre as exportações de vacinas contra o coronavírus nas próximas semanas, disse o ministro das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, nesta terça-feira, enquanto governos no exterior buscam aumentar seus estoques.
A Índia, um dos maiores produtores mundiais de vacinas e medicamentos genéricos, deverá ser um importante centro de fabricação de vacinas contra Covid-19.
Jaishankar disse na conferência Reuters Next que a Índia entende a ansiedade dos governos estrangeiros em fazer com que as vacinas cheguem às suas populações.
“Em breve teremos clareza sobre como será nosso próprio consumo, (quais) os desdobramentos. E manteremos nosso papel global”, disse ele.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro escreveu uma carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pedindo para agilizar o embarque da vacina da AstraZeneca contra Covid, que está sendo produzida pelo Instituto Serum da Índia, o maior produtor mundial de vacinas.
Bangladesh anunciou nesta semana que espera receber as remessas iniciais da vacina do Serum até 25 de janeiro.
A Índia precisa equilibrar as necessidades de sua própria população, que irá receber as primeiras injeções neste fim de semana, com as dos outros países, disse Jaishankar, falando de Délhi na conferência virtual.
“A política, claro, é que começaremos a implantação na Índia. Temos nossos próprios desafios”, afirmou Jaishankar.“Vários países estão em contato conosco… e o que estamos dizendo a eles é, vejam, este é o primeiro mês”, acrescentou. “A produção agora está entrando no ritmo. Há um certo estoque se formando.”
Juntamente com a Covishield, da AstraZeneca, o regulador de medicamentos da Índia também liberou uma vacina local desenvolvida pela Bharat Biotech em conjunto com um instituto governamental.
Mais quatro vacinas estão em testes clínicos, disse Jaishankar.
A ZyCoV-D, da Zydus Cadila, e a russa Sputnik V estão entre as vacinas que estão sendo testadas.
Jaishankar disse que a Índia teve um bom desempenho no controle da pandemia, superando as previsões sombrias de que o vírus devastaria o segundo país mais populoso do mundo.
A Índia, que registra o segundo maior número de infecções por Covid-19 no mundo –quase 10,5 milhões–, atrás dos Estados Unidos, tem uma das menores taxas de mortalidade por coronavírus.