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Chance menor de La Niña limita riscos para soja no Sul do Brasil e Argentina, diz StoneX

10 out 2024, 12:54 - atualizado em 10 out 2024, 12:54
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(Imagem: REUTERS/Jorge Adorno)

Com chances menores de o La Niña ocorrer este ano, os riscos de faltar chuva para as lavouras de soja do Sul do país e na Argentina na safra 2024/25 ficam mais limitados, já que o fenômeno climático tende a estar associado a um padrão mais seco na porção Sul da América do Sul, avaliou a consultoria StoneX nesta quinta-feira.

“Ademais, caso a ocorrência do fenômeno se confirme, as previsões indicam que seria um La Niña de fraca intensidade e de curta duração”, afirmou a especialista da StoneX Ana Luiza Lodi, em apresentação divulgada nesta quinta-feira (10).

Assim, a StoneX está mantendo a expectativa de que a safra brasileira 2024/25 atinja um recorde de 165 milhões de toneladas, apesar de alguns atrasos iniciais devido o clima “extremamente seco e quente em grande parte da região produtora”.

Segundo ela, mesmo com essas condições adversas no começo do ciclo, as previsões de chuva daqui para frente estão mais favoráveis, “o que reduz os riscos de impactos sobre o potencial das lavouras”.

“De qualquer forma, a safra ainda está só no começo, com questões climáticas podendo movimentar o mercado nos próximos meses”, ressaltou ela.

A StoneX projeta uma safra recorde apesar de um crescimento mais lento na área plantada, que deverá aumentar menos de 1% no Brasil, “em cenário de preços da soja pressionados”.

Nesta quinta, o órgão de meteorologia do governo dos EUA, o CPC, afirmou que as chances de o La Niña ocorrer até novembro são de 60%, versus 71% na previsão do mês anterior.

“Ainda parece que um La Niña fraco se formará nos próximos meses e deve durar pouco…”, disse o meteorologista internacional da AccuWeather, Jason Nicholls.

Segundo Lodi, um clima neutro ou a confirmação de um La Niña mais fraco tendem a “desenhar” também um cenário “mais tranquilo para a safra da Argentina, com menores chances de secas severas”.

Brasil e Argentina formam, com os Estados Unidos, a trinca dos maiores produtores globais.

A analista lembrou que as atenções do mercado de soja agora devem estar voltadas para o andamento na safra da América do Sul nos próximos meses, já que os EUA estão colhendo uma produção estimada em recorde.

“A produção (na América do Sul) tem um maior potencial de sofrer mudanças bruscas, dependendo do clima, podendo alterar o equilíbrio entre a oferta e demanda de maneira inesperada”, afirmou.

Caso seja confirmada a previsão da StoneX, a produção do Brasil, maior produtor e exportador global de soja, teria crescimento importante na comparação com as 149 milhões de toneladas da safra passada, que foi atingida pelo tempo seco.