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Chama o Max: Um MBA para chamar de seu

06 nov 2020, 16:04 - atualizado em 06 nov 2020, 16:05
“Não posso reclamar da minha formação acadêmica e profissional” diz o colunista

Este ano completei 15 anos atuando no mercado financeiro, mas desde pequeno me vi envolvido por ações, códigos, valorizações e quedas.

Nos anos 1990, lembro-me indo para a aula de futsal quando no rádio do carro, às 19 horas, meu pai me pedia para ficar em silêncio, pois, atento, não queria perder nenhuma informação: Paranapanema (PMAM3), Telebras , Eletrobras (ELET3), uma lista interminável de nomes e preços.

“Pai, o que são todos esses nomes e números?”

“São ações, meu filho, um tipo de investimento. É como se você comprasse uma parte bem pequena de uma grande empresa e se tornasse sócio dela. Mas você ainda é muito jovem para entender” — ele dizia.

Ouvindo com certa frequência semanal, aquele jovem começou a se interessar mais pela sopa de letrinhas por volta dos 16, 17 anos.

Diariamente, pegava o caderno do jornal O Globo que trazia de um lado as notícias do Esporte e, do outro, Mundo e Economia. Depois de ler as novidades e notas de desempenho dos jogadores do meu time (Flamengo), viajava pelos inúmeros códigos e cotações das ações e indicadores financeiros. Decididamente, eu gostava daquilo.

Aquilo foi me jogando para a faculdade de Ciências Econômicas da UFRJ. Aprendi muito com minha graduação, mas havia falhas no conteúdo do curso. Economia na UFRJ não dava uma base sólida em finanças, pois é muito focada em ciências sociais, história econômica e pesquisa acadêmica.

Para ser sincero, só tive uma matéria que conversava com finanças: matemática financeira, que era um conteúdo eletivo (não obrigatório).

Ou seja, a minha formação superior não me deu o gostinho de trabalhar no mercado financeiro. Acabei procurando trabalhar em empresas onde eu poderia aprender muito com contabilidade e análise de balanços, áreas que também me cativavam.

Duas das maiores empresas do país se juntam para formar uma nova geração de analistas de ações

Passei no programa trainee da empresa de consultoria e auditoria PricewaterhouseCoopers (atual PwC), uma das Big Four do segmento no mundo.

Foi uma grande escola. Posso dizer que a minha carreira de analista de ações começou lá. Os ensinamentos contábeis, a base analítica e a vivência em empresas dos mais diversos setores me credenciaram a concorrer a uma vaga como analista de ações na Valia, fundo de pensão dos funcionários da Vale.

Aquele menino que aos 10 anos já havia se interessado pela sopa de letrinhas definitivamente entrava de cabeça no mercado financeiro. Agora seria só felicidade. Ledo engano.

Lembro do meu primeiro dia de trabalho, quando o gerente de investimentos convocou todos da equipe para a reunião diária de caixa. Que diabos é isso?, pensei.

Cada um da equipe falava sobre alguma notícia, algum evento, algo relevante que pudesse impactar as posições da fundação ou que nos ajudasse a tomar as melhores decisões.

No primeiro dia, não sabia o que falar. Só ouvia os demais falarem uma língua que não era a minha: Ebitda, carrego, “free float”, tag along, PU, Cetip, benchmark, entre outras.

Voltei para a casa naquele dia com duas palavras na minha testa: “Tô ferrado”.

Percebi que se não acelerasse o meu conhecimento, eu ficaria para trás. Precisava correr para aprender e me equiparar aos demais analistas da equipe.

No dia seguinte, corri para me cadastrar no MBA de Finanças da FGV. Aprendi bastante sobre estatística, finanças corporativas e um pouco mais sobre análise de demonstrações financeiras.

“Mas fico pensando: como teria sido mais fácil se existisse um MBA que fosse mais aplicado ao cotidiano do mercado financeiro”, diz o colunista (Imagem: Pixabay)

Entretanto, o conteúdo ainda era carente de uma aplicação mais objetiva para o mercado financeiro. Queria ouvir e aprender com professores que viveram ou que estavam vivendo o dia a dia da Bolsa.

Não teve jeito. Mesmo concluindo o MBA, ainda me sentia frágil diante da voracidade do mercado financeiro.

Fiz cursos de valuation na Anbima, de opções e derivativos na antiga BM&F e comecei a devorar livros de finanças e investimentos.

De lá para cá, posso dizer que 70% do que sou hoje como analista vem dos calos e dos cabelos brancos que adquiri nesses últimos 15 anos. E não foram poucos eventos marcantes os que me fizeram sentir na pele o que é o mercado: crise financeira de 2008, crise europeia em 2012, impeachment, delações, mudanças de governo, pandemia.

Não posso reclamar da minha formação acadêmica e profissional. Estudei em importantes instituições e passei por grandes empresas, em especial a Empiricus, da qual sou sócio atualmente.

Mas fico pensando: como teria sido mais fácil se existisse um MBA que fosse mais aplicado ao cotidiano do mercado financeiro e que o aluno pudesse trocar ideias e ouvir dicas e orientações de quem pratica o mercado na sua essência.

Com a decisão tomada de que o mercado financeiro é o que realmente você quer lidar ou vivenciar, a pessoa sairia da faculdade e entraria diretamente em um MBA focado no que realmente importa para você entender e ser bem-sucedido no mercado financeiro.

Certamente, anos de muito esforço, fazendo cursos e adquirindo conhecimento, poderiam ser reduzidos e concentrados em um programa de um ano e meio que te deixaria mais preparado para lidar com volatilidade, oscilações, vieses comportamentais, ou seja, com a arte de investir.

O MBA em Finanças e Análise de Ações da Empiricus, em parceria com a Estácio, se tornou uma realidade. Era tudo que o Max de 15 anos atrás queria. Eu não perderia esta oportunidade se fosse você.

Grande abraço!

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