Chegamos ao piso? JPMorgan já vê fundo ‘próximo’ para Ibovespa
A derrocada que levou o mercado acionário brasileiro ao posto de pior bolsa global no acumulado do ano pode estar próxima de uma reversão, de acordo com o JPMorgan.
“O mercado oferece um ponto de entrada interessante, talvez o melhor que encontraremos em algum tempo”, escreveu Emy Shayo, estrategista de ações para América Latina do banco, em um relatório publicado nesta terça-feira. “Se isso não for um fundo, com certeza se parece com um.”
Depois de recuar 10% desde o início do ano, o Ibovespa está sendo negociado a cerca de 8 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses, perto da mínima em cerca de uma década.
O índice flertou com um bear market nos últimos dias diante da dúvida crescente sobre o comprometimento do país com suas regras fiscais, enquanto investidores esperam que o gasto adicional pressione a inflação e leve o Banco Central a elevar mais os juros.
Enquanto revisões baixistas adicionais nas projeções de lucro e juros maiores podem pesar sobre as ações brasileiras, muito das notícias negativas já está no preço, escreveu Shayo.
Um fator importante adiante pode ser a continuidade da entrada de recursos estrangeiros. Os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 11,7 bilhões em ações na B3 neste mês até 22 de outubro, após uma saída líquida de R$ 5,7 bilhões no terceiro trimestre.
Só na semana passada, a pior para o Ibovespa desde o início da pandemia, os investidores estrangeiros colocaram R$ 1,2 bilhão, excluindo entradas via ofertas de ações.
No início desta semana, estrategistas do BTG Pactual liderados por Carlos Sequeira também reiteraram sua recomendação overweight para o Brasil no portfólio de América Latina do banco.
“Acreditamos que os valuations relativos já refletem, em maior medida, o cenário mais estressado”, disseram.