Céu é o limite? Lucro do BTG (BPAC11) salta mais 42% no 3T25, a R$ 4,5 bi, e bate recorde; ROE vai a 28%
O BTG Pactual (BPAC11) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido ajustado recorde de R$ 4,5 bilhões, alta de 42% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta terça (10).
No trimestre, a alta foi de 8,2%, superando um segundo trimestre já considerado forte.
Analistas consultados pela LSEG esperavam um resultado final de R$ 4,02 bilhões para o período.
Já o ROE, que mede o retorno sobre o patrimônio líquido, ficou em 28,1% no ano, salto de mais de quatro pontos percentuais.
Dessa forma, o BTG não só ultrapassou como abriu distância para o Itaú (ITUB4) no quesito rentabilidade, que chegou a 23,3% nesse trimestre.
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Com a deterioração dos números do Banco do Brasil (BBAS3), o BTG, junto com o Itaú, integra a seleta lista de bancos que conseguiram manter a rentabilidade acima de 20%.
Já o Santander (SANB11) possui ROE de 17%, e Bradesco (BBDC4), que está em franca melhora, 14,7%.
Além de estar crescendo mais do que seus concorrentes, a melhora chama atenção por ocorrer em um ambiente macroeconômico difícil, em meio a um cenário de juros altos, na casa dos 15%.
De acordo com o CEO, Roberto Sallouti, o lucro recorde e o ROE refletem “os investimentos estratégicos que realizamos ao longo da última década, que ampliaram nossa presença em novos segmentos e produtos, consolidando o BTG Pactual como um banco completo.”.
“O desempenho consistente em todas as linhas de negócio resulta do nosso compromisso com a excelência na experiência dos clientes e com a disciplina na gestão de custos, riscos e execução da estratégia”.
O trimestre também teve a melhor receita da história, a R$ 8,8 bilhões, disparada de 37% no ano, superando a previsão de R$ 8,08 bilhões dos analistas consultados pela LSEG.
Destaques do BTG
Entre as áreas, houve crescimento (e recordes) em várias linhas.
O investment banking teve receita de R$ 643 milhões, alta de 69,2% em relação ao ano passado. Apesar disso, o número ficou 17,8% abaixo do segundo trimestre.
O banco diz que mesmo com a queda, “reportamos um resultado sólido, reforçando a força da nossa franquia de mercado de capitais”.
Ainda segundo o banco, o período também é marcado “por um cenário de menor atividade no mercado local”.
No corporate lending, houve receitas recordes, de R$ 2.153,7 bilhões, crescimento trimestral de 2,2% e de 25,8% na comparação anual.
“O desempenho reflete uma originação diversificada entre setores e produtos, aliada à resiliência da qualidade dos ativos e à gestão de risco disciplinada”.
O portfólio de crédito totalizou R$ 246,9 bilhões no 3T25, avanço de 17,4% no ano. Deste total, R$ 29 bilhões são referentes a empréstimos a pequenas e médias empresas, aumento de 13% em relação ao ano passado.
A área de sales & trading também reportou receita recorde de R$ 1.940,6 bilhão, aumento de 1,4% ante ao trimestre anterior e 16% contra ano passado.
“O forte desempenho foi impulsionado pela contínua expansão da nossa franquia de clientes em todas as linhas de negócio, que sustentou maior nível de atividade, além de uma alocação de risco mais eficiente”.
No segmento de gestão, a despeito do mercado difícil, a área de Asset Management R$ 1,2 trilhão em ativos sob gestão e administração (AuM/AuA), crescimento de 18,8% frente ao terceiro trimestre, impulsionado pela forte captação líquida (NNM) de R$ 33,5 bilhões no trimestre.
As receitas, por sua vez, foram recordes e somaram R$ 747,5 milhões, avanço de 23,3% no comparativo anual.
Wealth management e personal banking, que cuida da gestão de riquezas, continuou sua trajetória de crescimento acelerado, registrando receitas recordes de R$ 1,4 bilhão, aumento de 35,7% em relação ao ano anterior, impulsionado por forte captação líquida.
O índice de Basileia encerrou o trimestre em 15,5% e o índice de cobertura de liquidez (LCR) foi de 168,5%.