CESP tem forte geração de caixa, mas toma prejuízo de R$ 18 milhões no 2° tri
A CESP (CESP6), Companhia Energética de São Paulo, reportou prejuízo líquido de R$ 18 milhões no segundo trimestre. Em contrapartida, apresentou forte geração de fluxo de caixa no período, ao somar R$ 274 milhões, após o serviço da dívida, com índice de conversão de caixa de 123%.
Em relação aos demais indicadores financeiros, a companhia elétrica apresentou crescimento de receita líquida, totalizando R$ 525 milhões, 8% a mais que no mesmo período do ano passado, em função principalmente das operações de trading de sua unidade comercializadora.
O EBITDA ajustado, que mede o resultado operacional, foi de R$ 222 milhões, retraiu 23%, reflexo da crise hídrica e efeitos não recorrentes que ocorreram no 2° trimestre de 2020.
O resultado do segundo trimestre de 2021 reflete o desafio hidrológico que se impôs ao país, com as menores vazões desde 1930 e que afeta o setor como um todo.
“A estratégia de gestão do balanço energético da CESP é pautada por um planejamento minucioso com medidas proativas e forte disciplina de execução da comercialização de energia, buscando gerar valor e mitigar o risco hidrológico”, afirma Mario Bertoncini, Diretor Presidente e de Relações com Investidores da CESP.
O que esperar do setor elétrico?
Em relação aos setores que compõem a cadeia de energia elétrica, mesmo que diante de uma crise hídrica, seus efeitos ainda não serão fortemente sentidos neste trimestre, comenta o colunista Pedro Serra, Gerente de Research da Ativa Investimentos.
Para as geradoras, estimo maior impacto a partir do terceiro trimestre, justamente quando o período seco no país deve atingir seu auge.
Ademais, como mecanismos como GSF e PLD apresentaram distorções apenas no final deste trimestre, avalio que isso não deve causar grandes perdas às suas demonstrações de resultados atuais.
Para finalizar, dou uma dica para o investidor que busca no setor elétrico robustos dividendos: a crise não deverá causar nenhuma transformação na política de distribuição de proventos de geradoras como Cesp (CESP6), Engie (EGIE3) e AES Brasil (AESB3), mas pode impactar negativamente a distribuição em 2021.