Cesp: Fusão com Votorantim e CPPIB dá poder de fogo para energia renovável
A Cesp (CESP6) divulgou nesta terça-feira (4) mais detalhes sobre os ativos dos acionistas controladores da companhia, Votorantim e CPPIB.
Com a divulgação, o BTG Pactual melhorou sua avaliação quanto ao portfólio da VTRM — veículo resultado da consolidação — e passou a ver um aumento no poder de fogo da empresa para expandir sua plataforma de energia renovável, além de uma melhora na governança da companhia.
O banco ainda reitera sua recomendação de compra para os papéis da Cesp, com preço-alvo de R$ 32 — o que implica uma potencial alta de 48% com base no último fechamento (3).
A reestruturação societária
A reestruturação societária da Cesp visa consolidar, juntamente à companhia, os ativos Votorantim e CPPIB em um novo veículo denominado VTRM. A consolidação criará uma empresa com, somado aos 1.540 MW de capacidade hidrelétrica da Cesp, capacidade de:
- 565 MW de eólica operacional;
- 409 MW de eólica em construção;
- 497 MW de operacional hídrica;
- um duto solar de 1.779 MW;
- um duto de PCH de 160 MW; e
- um braço de comercialização de energia.
Quando a transação foi anunciada em outubro de 2020, os ativos da Votorantim foram avaliados em um valor patrimonial de R$ 2,5 bilhões e o portfólio da VTRM em R$ 4,7 bilhões. A Cesp foi avaliada em R$ 8,64 bilhões, ou R$ 26,27/ação, valor ainda abaixo do valor considerado justo pelo BTG de R$ 32/ação.
Originalmente, o banco avaliou o portfólio eólico da VTRM em um valor patrimonial de R$ 2,81 bilhões, enquanto atribuiu um múltiplo EV/ebitda (valor da companhia com o lucro antes de impostos e taxas) de 12,4x para o portfólio hidrelétrico da Votorantim, atingindo um valor patrimonial de R$ 2,13 bilhões. O braço comercial e pipeline receberam valor zero.
Novos detalhes sobre a reestruturação
Com os novos detalhes divulgados, o BTG melhorou sua avaliação para a companhia, mas disse que o patamar ainda não atingiu o ideal.
O banco avalia os ativos da Votorantim a um valor patrimonial de R$ 2,69 bilhões e os ativos da VTRM a R$ 3,39 bilhões, para uma avaliação total combinada de R$ 6,09 bilhões.
João Pimentel, Gisele Gushiken e Luis Mollo, analistas do BTG, ainda ressaltam que, se os investidores estiverem dispostos a incluir o pipeline em suas contas, a estimativa é que ele poderia contribuir com um VPL (valor presente líquido) adicional de R$ 465 milhões.
Embora as informações adicionais fornecidas tenham mostrado um valor mais alto para os ativos, o BTG acredita que a avaliação parece “esticada e desfavorável para os acionistas minoritários da Cesp devido à avaliação implícita inferior ao esperado”.
No entanto, os analistas do banco ressaltam que a reestruturação deve resultar em um portfólio diversificado para capturar as grandes oportunidades em oferta no espaço de energia renovável do Brasil. “A injeção de capital de R$ 1,5 bilhão pela CPPIB também aumentará o poder de fogo da empresa para expandir sua plataforma de energia renovável”, completam.
Além disso, os analistas acreditam que uma migração para o novo mercado ajudará a melhorar a governança.
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