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Cesp e a privatização: ou vai ou racha

10 jul 2018, 10:15 - atualizado em 10 jul 2018, 10:15

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A Cesp (CESP6) parece estar mais perto de sua privatização do que nunca esteve. O último edital do seu leilão, divulgado na última sexta-feira (7), diminuiu o preço por ação de R$ 16,80 para R$ 14,30. Esta tentativa parece ser uma última chance possível em um futuro previsível, já que o certame ficou marcado para 2 de outubro, às vésperas das eleições, marcadas para o dia 7. A avaliação da estatal ficou em R$ 4,7 bilhões, com a participação do estado de São Paulo calculada em R$ 1,7 bilhão.

“A Cesp deu mais um importante passo para sua privatização. A expectativa é que com o preço mais baixo do que no último edital, além das condições mais atrativas, o certame irá atrair mais interessados. A retirada dos “earn outs” é algo também positivo, uma vez que os ganhos com os passivos(sem provisionamento no seu balanço) ficariam a risco do investidor”, analisa a Guide Investimentos em um relatório.

O “earn out” agora estabelece que os ganhos de indenizações consideradas controversas em que a empresa pleiteia junto à União, em torno de R$ 10 bilhões, fiquem com o vencedor. Além disso, agora o mercado sabe que a hidrelétrica de Porto Primavera, principal ativo da Cesp, terá um novo contrato de concessão, com vencimento em 2048, por um valor de R$ 1 bilhão pela outorga da usina.

“Acreditamos que as condições mais atrativas do leilão devam aumentar o número de interessados na CESP, aumentando a probabilidade de que a privatização ocorra. Focando especificamente na extensão da concessão de Porto Primavera, notamos que a mesma necessita de aval do TCU, e o tribunal já pautou para quarta-feira (11/07) discussão sobre o tema”, ressalta a XP Investimentos em uma análise. A data próxima fará com que o governo ainda tenha tempo de republicar o edital.

O que fazer com as ações?

Os analistas João Pimentel e Fillipe Andrade do BTG Pactual avaliam que o novo preço será suficiente para atrair os interessados no leilão, mas o valor de R$ 14,30 oferece um desconto significativo para o preço-alvo de R$ 20 projetado pelo banco, que ainda não tem no preço os ganhos de eficiência com a privatização.

Segundo eles, a nova operadora também pode ver potencial de ganho de custos gerais e da gestão de passivos e passivos, com o visto na semana passada com a Cesp conseguindo cortar R$ 2,2 bilhões em passivos em troca de um pagamento de R$ 635 milhões.

Pimental e Andrade lembram que os acionistas minoritários terão direitos de tag-along, ou seja, receberão a mesma oferta apresentada ao governo. “Mas, dependendo do preço pago e da identidade do novo operador, a não venda – para se beneficiar dessas vantagens potenciais – poderia ser mais aconselhável”, indicam.

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