Certificados falsos são usados para contrabando de carne na China, diz ministro do Canadá
O ministro do Comércio do Canadá, Jim Carr, disse nesta quarta-feira (26) que certificados falsos estão sendo usados por atores desconhecidos para fomentar o contrabando de carne na China. A afirmação de Carr é uma resposta à decisão de Pequim em barrar importações de carne bovina e suína do mercado canadense devido à falsificação de documentos.
“Alguém está tentando usar a marca canadense para mover o produto dentro do mercado chinês”, expôs o ministro. Ainda de acordo com Carr, o governo não sabe se as cargas em questão vieram mesmo do Canadá.
Uma investigação está em andamento, mas ainda não se sabe quem poderia sair beneficiado com as falsificações.
A China já tinha suspendido na semana passada as exportações da Frigo Royal, empresa de carne de porco de Quebec, após terem sido encontrados resíduos de ractopamina, aditivo alimentar proibido no país asiático.
Entre janeiro e abril deste ano, a China comprou o equivalente a US$ 235,2 milhões de carne de porco do Canadá, tornando-se o terceiro maior exportador do mercado canadense.
Ralph Eichler, ministro da agricultura de Manitoba, disse à imprensa que o Canadá passou a negociar com outros mercados da Ásia e não houve problemas com documentos relativos à carne.
Disputa
Uma disputa comercial e diplomática entre China e Canadá emergiu em dezembro após Meng Wanzhou, chefe do setor de finanças da empresa de tecnologia Huawei, ter sido detido pela polícia de Vancouver devido a um mandado de prisão norte-americano.
Pouco tempo depois, a China deteve dois canadenses acusados de espionagem.
“Ninguém espera agravar ou exacerbar as tensões”, afirmou Carr quando questionado sobre a disputa.
Para diplomatas e especialistas, no entanto, a suspensão das importações por parte da China e as prisões dos canadenses servem para pressionar o Canadá quanto à soltura de Wanzhou.
Com informações da Reuters.