Cepal eleva para 5,2% estimativa para crescimento econômico da América Latina em 2021
A economia da América Latine e Caribe crescerá 5,2% em 2021, embora persista a incerteza sobre o desempenho de cada país devido aos avanços desiguais de seus planos de vacinação contra a Covid-19 e à maneira de enfrentar problemas estruturais, disse a Cepal nesta quinta-feira.
Após contração de 6,8% em 2020, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe melhorou sua visão para este ano depois de projetar em dezembro avanço de 3,7%, mas esclareceu que o ganho de ritmo esperado não será suficiente para recuperar o nível registrado em 2019.
“A dinâmica e a persistência do crescimento de 2021 e à frente estão sujeitas às incertezas derivadas dos avanços desiguais nos processos de vacinação e da capacidade dos países de reverter problemas estruturais por trás da trajetória fraca de crescimento que exibiam antes da pandemia”, disse a Cepal em relatório.
A comissão explicou ainda que a projeção reflete o efeito-base de comparação depois da queda em 2020, a maior desde 1900, e o efeito positivo do crescimento mundial maior devido às reaberturas econômicas e ao aumento dos preços das matérias-primas.
“Os problemas estruturais que limitavam o crescimento da região antes da pandemia se intensificaram e repercutirão negativamente na recuperação da atividade econômica e nos mercados de trabalho depois da retomada do crescimento em 2021 e 2022”, disse.
O organismo ainda destacou a mudança das atividades presenciais para digitais e um crescimento explosivo da oferta de comércio eletrônico.
Entretanto, explicou que a digitalização foi dirigida a uso de tecnologias já maduras, como banda larga, e não a aplicações avançadas como internet das coisas ou inteligência artificial.
Por sua vez, as exportações regionais aumentariam 22% em 2021, com alta de 16% nos preços e de 6% no volume. As importações se recuperariam 18%, com alta de 10% nos preços de 8% no volume.
Panamá, Peru e Chile deverão ter os melhores desempenhos do ano, com expansões de 12%, 9,5% e 8%, respectivamente. O Brasil deve crescer 4,5%, enquanto a expectativa para o México é de expansão de 5,8%.