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CEOs mostram frustração com lista de problemas na Argentina

13 nov 2020, 15:54 - atualizado em 13 nov 2020, 15:54
Argentina
As queixas específicas variam, mas, em termos gerais, os executivos dizem que é difícil ganhar dinheiro em um cenário que inclui controles cambiais, inflação descontrolada, congelamento de preços, múltiplas taxas de câmbio e retração econômica recorde (Imagem: Unsplash/@sandercrombach)

A Danone compara fazer negócio na Argentina a andar em uma montanha-russa. A Coca-Cola Femsa considera o mercado argentino um dos mais desafiadores. A siderúrgica Ternium vê um “cenário muito volátil” à frente. A MetLife diz que a Argentina simplesmente não é a escolha certa. O cenário também impacta a gigante de cerveja AmBev.

Empresas globais estão cada vez mais frustradas com a Argentina, de acordo com transcrições de teleconferências trimestrais revisadas pela Bloomberg News.

As queixas específicas variam, mas, em termos gerais, os executivos dizem que é difícil ganhar dinheiro em um cenário que inclui controles cambiais, inflação descontrolada, congelamento de preços, múltiplas taxas de câmbio e retração econômica recorde e com uma das quarentenas mais rigorosas da região.

Tudo isso deixa executivos nervosos sobre o que vem a seguir. Alguns não têm paciência para esperar: o Walmart fechou um acordo para vender seus ativos na Argentina neste mês, após 25 anos no país.

Outras multinacionais como LatAm Airlines, a varejista chilena Falabella e a empresa de pintura automotiva Axalta Coating Systems interromperam as operações locais neste ano. A Honda Motor suspendeu a fabricação de automóveis na Argentina em maio, enquanto a Starbucks e a American Airlines também reduziram sua presença no país.

A Argentina perdeu mais de 20 mil empregadores do setor privado neste ano, um pouco menos do que os 23 mil perdidos nos três anos anteriores combinados. Sem dúvida, alguns fechamentos de empresas resultam da pandemia de Covid-19 e da rígida quarentena da Argentina.

Mas, em recentes teleconferências sobre balanços, as empresas descreveram uma narrativa angustiante de sua experiência na segunda maior economia da América do Sul, e as reclamações apontam mais para falhas políticas do que para a pandemia.