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CEOs da Brava Energia (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3) revelam ‘arma secreta’ para lidar com derrocada do petróleo

09 abr 2025, 12:17 - atualizado em 09 abr 2025, 18:14
brava energia petroreconcavo
Os CEOs da Brava Energia e PetroReconcavo participaram do 11º Annual Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco BBI (Imagem: Money Times/Lorena Matos)

Os preços do petróleo enfrentam uma derrocada com o atual cenário geopolítico, em meio às retaliações sobre as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com destaque para o embate travado com a China. Aqui no Brasil, as petrolíferas sentem o baque e, inclusive, caem em bloco no pregão desta quarta-feira (9).

Pela manhã, as ações da Brava Energia (BRAV3) lideram as perdas no Ibovespa (IBOV). Ao longo da sessão, os papéis da companhia ganharam fôlego com o petróleo e encerraram com leve alta de 0,11%, a R$ 17,60. A PetroReconcavo (RECV3) também subiu 3,85%, a R$ 14,28.

No entanto, os CEOs de ambas companhias se mostram preparados para lidar com o atual cenário.

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Durante o 11º Annual Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco BBI, José Firmo, CEO da PetroReconcavo, afirmou que grandes variações no preço do petróleo não são tidas como uma grande novidade.

“Quem está na indústria petroleira deve ter a ciência de que o petróleo é um negócio cíclico e você tem que ter planos o tempo inteiro prontos para reagir a uma mudança”, coloca.

Na visão dele, o segredo é colocar em ação o plano de contingência da companhia, que deve olhar a alocação de capital de curto prazo e o que pode ser feito do ponto de vista da geração de caixa para a companhia, buscando afetar ao mínimo o longo prazo.

“Esse é o plano de contingência que a gente tem e que a gente vai seguir. Olhar para 2025 como um ano que a gente precisa ter muito mais cautela do que a gente teria se não tivesse acontecido a crise que está acontecendo agora”, afirma.

Firmo afirma que a melhor arma para choque de preço de petróleo é custo baixo. “Manter o custo baixo, custo de operação baixo, custo de SG&A [despesas] baixo, é a melhor arma. Todos nós sabemos disso e é isso que a gente tem que buscar fazer”, diz.

Decio Oddone, CEO da Brava Energia, destaca que a companhia conta com negócios onshore (na terra) e offshore (no mar), dessa maneira, volatilidades como a atual abrem margem para que a petrolífera explore a opcionalidade que esse portfólio proporciona.

“Os investimentos de offshore, eles são de mais longo prazo e de compromissos mais firmes, ao passo que os investimentos no onshore te dão flexibilidade no capex (investimentos)”, pondera.

Oddone adiciona que existe uma facilidade em reduzir capex no curto prazo dentro do onshore, sem ter um prejuízo muito grande na produção de longo prazo.

“Quando enfrentamos um momento como esse, a receita é simples: reduzir capex onde puder, especialmente no onshore, e aproveitar para afinar os lápis, ainda mais na questão de custo. Porque custo é chave para a sobrevivência nesse ambiente de preço mais baixo”, defende.

Derrocada do petróleo

O contrato mais líquido do Brent, referência mundial, para junho fechou com avanço de 4,23%, a US$ 65,48 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.



Mas no acumulado do mês, o saldo do Brent é negativo em mais 14%.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China está ganhando força, renovando o temor de uma recessão. A partir de hoje, começam a valer as novas tarifas impostas pelos dois países.

A China também anunciou uma contra tarifa de 84% sobre os produtos norte-americanos, depois da taxação acumulada de mais de 100% imposta pelos EUA sobre o gigante asiático.

Somado a isso, a Comissão Europeia aprovou a aplicação de tarifas retaliatórias de 25% contra produtos dos Estados Unidos.

Segundo informações da agência de notícias France Presse, o pacote afeta mais de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 130,5 bilhões) em produtos americanos como milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental.

A taxa, que é uma resposta às tarifas de 25% sobre aço e alumínio adotadas pelo governo norte-americano no início de março, começa a valer a partir do dia 15 de abril.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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