Economia

CEOs americanos mudam o tom e soam alarme sobre a economia

05 jun 2022, 9:00 - atualizado em 05 jun 2022, 9:02
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O tom contrasta com o relatório de empregos de sexta-feira, que mostrou ganhos de folha de pagamento maiores do que o esperado (Imagem: REUTERS/Alexandre Meneghini)

As grandes corporações americanas mudaram repentinamente seu tom sobre a economia dos EUA.

Executivos como Jamie Dimon do JPMorgan, o bilionário Elon Musk e Gary Friedman, chefe da varejista de móveis RH, alertaram os investidores esta semana para serem cautelosos com uma desaceleração econômica.

Após meses de fortes gastos do consumidor e melhoras na cadeia de suprimentos, alguns dos líderes corporativos mais francos do país começaram a intensificar os avisos sobre inflação e aumentos de juros.

“Temos um longo caminho a percorrer para aumentar as taxas de juros para combater a inflação”, disse Friedman após a divulgação de balanço da RH na quinta-feira. “E eu acho que você precisa estar preparado para qualquer coisa agora.”

Musk teria dito a funcionários da Tesla (TSLA) esta semana que tem um “pressentimento super ruim” sobre a economia e precisa cortar 10% da força de trabalho na montadora de carros elétricos, segundo a Reuters.

O tom contrasta com o relatório de empregos de sexta-feira, que mostrou ganhos de folha de pagamento maiores do que o esperado.

E os economistas ainda veem a chance de recessão como improvável no próximo ano, mesmo que a probabilidade tenha aumentado.

Musk teria dito a funcionários da Tesla esta semana que tem um “pressentimento super ruim” sobre a economia (Imagem: Reuters/Mike Blake)

Uma pesquisa da Bloomberg estima 30% de chance de recessão nos próximos 12 meses, ante 15% em março.

O pessimismo ficou particularmente evidente no setor financeiro, onde Dimon disse a investidores esta semana que deveriam se preparar para um “furacão” econômico.

“Aquele furacão está bem ali, vindo em nossa direção”, disse o CEO do JPMorgan na quarta-feira, citando o aumento das taxas de juros e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia. “Não sabemos se é uma pequena tempestade ou o Furacão Sandy. É melhor você se preparar.”

O presidente do Goldman Sachs, John Waldron, retomou o tema no dia seguinte, chamando o atual clima econômico de um dos mais complexos que ele já viveu. “A confluência do número de choques no sistema para mim é sem precedentes”, disse Waldron.

O CEO da BlackRock (BLK), Larry Fink, disse que espera que a inflação permaneça elevada por vários anos. E o CEO da PNC Financial, Bill Demchak, disse que o único resultado possível é uma recessão.

A S&P suspendeu sua estimativa anual esta semana, citando a deterioração das condições econômicas e volumes “extraordinariamente fracos” de emissão de dívida.

Alguns executivos de bancos ainda contam com a força do consumidor americano. Holly O’Neill, presidente de varejo do Bank of America, disse que ainda não há indicação de que esse pilar da economia esteja começando a desmoronar.

“Não estamos vendo nenhum sinal de rachaduras”, disse O’Neill em uma conferência com investidores. “Obviamente, monitoramos isso todos os dias.”

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