CEO do JPMorgan não descarta recessão para os EUA, mas Powell enxerga outro cenário
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou nesta terça-feira (12) que os riscos de uma recessão nos Estados Unidos (EUA) não devem ser descartados, aconselhando o Federal Reserve (Fed) a esperar antes de cortar os juros no país.
Em entrevista ao Australian Financial Review, Dimon afirmou que acredita que “eles [Federal Reserve] devem ser dependentes dos dados. Se eu fosse eles, esperaria”.
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“Você sempre pode cortar as taxas de juros de forma rápida e dramática. A credibilidade está em cheque aqui. Eu esperaria até junho e deixaria tudo se resolver”, finalizou.
Sobre as probabilidades de um pouso suave na economia, o CEO mostrou descrença ante as perspectivas do mercado.
Para ele, o mercado apresenta uma probabilidade entre 70% e 80% da economia norte-americana estar se encaminhando para um cenário de pouso suave, mas Jamie acredita que a probabilidade disso acontecer é metade do que está sendo estimado, com o pior caso sendo uma estagflação.
Powell, do Fed, descarta riscos de recessão
Dimon afirmou que os indicadores econômicos foram distorcidos pela pandemia de Covid-19 e que esses dados não devem ser tomados como certeza.
A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) apresentou alta de 0,4% em fevereiro. A inflação americana, agora em 3,2%, ainda está acima da meta do Fed de 2%.
O CME FedWatch Tool, que apresenta as probabilidades para os cortes de juros, mostra uma chance de 69,7% para reduções na reunião de junho.
Durante seu depoimento à Câmara dos Estados Unidos, Jerome Powell, presidente do Fed, considerou remotos os riscos de uma recessão no país.
“Não há razão para pensar que a economia dos EUA esteja em algum tipo de risco de curto prazo de entrar em recessão”, concluiu.