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CEO do JPMorgan continua alertando pessoas a não investirem em bitcoin

31 maio 2021, 11:42 - atualizado em 31 maio 2021, 11:42
Apesar de a postura de um CEO não refletir nas decisões do banco sobre quais produtos oferece, ainda é algo bem levado a sério (Imagem: Reuters/Jeenah Moon)

A opinião de Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, sobre o bitcoin (BTC) não mudou muito nos últimos anos. Segundo ele, não se deve investir em bitcoin.

Na última quinta-feira (27), em uma audiência virtual realizada pelo Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA, Dimon disse que o bitcoin não possui lastro em nenhum ativo e “não acredito que haja muito valor em algo que não é lastreado em nada”.

“Meu próprio conselho pessoal é que as pessoas devem manter distância”, disse Dimon. Ele estava respondendo a uma pergunta feita pelo deputado Warren Davidson, conhecido por sua postura favorável a cripto.

Embora a opinião pessoal de Dimon sobre o bitcoin não tenha mudado, parece haver uma mudança importante em seu tom. Dimon disse que sua opinião não sugere que clientes do JPMorgan não queiram se expor ao bitcoin.

Isso remete a como se deve operar um negócio, segundo Dimon, dando o exemplo da marijuana.

“Eu não fumo marijuana, mas se você quer torná-la legal nacionalmente, não irei impedir as pessoas de negociá-la etc.”, afirmou ele.

“Eu não digo às pessoas como devem gastar seu dinheiro, independente de como eu pessoalmente me sinto sobre alguns dos itens que as pessoas querem comprar com seu dinheiro.”

Para esse fim, JPMorgan está “debatendo” se deve tornar o bitcoin disponível de alguma forma “segura”, explicou ele.

Em seguida, Dimon afirmou acreditar que reguladores devem agir e regular indústrias, como a de cripto.

“Eu acredito que reguladores que estão atrasados e com menos dinheiro devem prestar mais atenção no futuro, no pagamento por fluxos de ordens, negociação em alta frequência, criptomoedas e implementar uma estrutura regulatória e jurídica neles.”

Goldman e outros bancários

David Solomon, do Goldman Sachs assim como CEOs do Bank of America, Citigroup e Wells Fargo —, também é cauteloso em relação ao bitcoin (Imagem: Reuters/Lucy Nicholson)

David Solomon, CEO do Goldman Sachs, também disse, na audiência virtual, que há demanda por cripto de seus clientes.

“Sem dúvidas, tanto instituições como pessoas estão buscando por exposição ao bitcoin”, disse Solomon, em resposta a uma pergunta feita pelo deputado Josh Gottheimer.

Assim, Goldman Sachs tenta oferecer informações a clientes sobre essa “possível classe de ativos”, afirmou ele.

Neste mês, Goldman Sachs formou uma equipe de negociação de criptomoedas. Como parte de seu lançamento inicial, o banco executou contratos sem entrega futura e negociações de futuros de bitcoin do CME, todos firmados em dinheiro.

Porém, assim como Dimon do JPMorgan, Solomon também é “extremamente cauteloso” em relação ao bitcoin.

Ele disse que, se muitas pessoas acreditam em algo, pode sustentar o valor por um período de tempo, mas os casos de uso do bitcoin e a supervisão regulatória são incertos. “Ainda há muito trabalho a se fazer em relação a isso”, afirmou ele.

Havia outros megabancários presentes na audiência, incluindo o CEO do Bank of America Brian Moynihan, a CEO do Citigroup Jane Fraser e o CEO do Wells Fargo Charles Scharf. Eles também compartilham uma visão parecida sobre cripto, afirmando que estão procedendo com cuidado.

O deputado Tom Emmer, também bem favorável a cripto, disse que “parece ser um assunto em comum” entre os bancários presentes.

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