CEO do HSBC afirma que o banco não tem interesse no bitcoin como classe de ativos
Noel Quinn, CEO do HSBC, afirmou que o gigante banco não tem planos de lançar uma mesa de negociação de criptomoedas ou oferecê-las como um veículo de investimento a seus clientes. Isso porque cripto é volátil demais e não possui transparência, disse ele.
“Dada a volatilidade, não nos interessamos no bitcoin como uma classe de ativos. Se nossos clientes quiserem se envolver, é claro que podem, mas não o estamos promovendo como uma classe de ativos em nosso negócio de gestão de riquezas”, contou Quinn à Reuters em entrevista publicada nesse domingo (23).
Em relação aos problemas de transparência de cripto, Quinn afirmou que é difícil saber quem possui cripto e também existem questões relacionadas à fácil conversão de cripto em fiduciárias.
Quinn não é otimista sobre stablecoins, pois há problemas com seu lastro de reservas e sua acessibilidade.
“Em seguida, vem as stablecoins, que possuem reservas para abordar questões de valor armazenado, mas depende de quem é a organização, além da estrutura e da acessibilidade da reserva”, disse ele.
Afastando-se da volatilidade
Os comentários de Quinn vêm em meio à queda mais recente do mercado cripto. O bitcoin perdeu quase 50% de seu valor em um mês: de US$ 65 mil para US$ 38 mil neste momento.
Os comentários da China sobre a “repressão de atividades de negociação e mineração de bitcoin” no fim da última sexta-feira (21) resultaram em caos nesse fim de semana.
O HSBC é conhecido por sua postura pessimista em relação a cripto.
Recentemente, HSBC InvestDirect, o serviço de negociação de ações on-line do banco, proibiu clientes de comprarem ações da MicroStrategy porque o “HSBC não possui apetite para a exposição direta a moedas virtuais [VCs] e limitou seu apetite para facilitar produtos ou valores mobiliários que derivam seu valor de VCs”.
Por outro lado, competidores do HSBC, como Citi, Goldman Sachs e UBS, se afeiçoaram ao mercado cripto recentemente. Goldman Sachs voltou a oferecer sua mesa de negociações cripto este ano.
Citi e UBS também estão considerando o lançamento de serviços cripto para seus clientes. Morgan Stanley, Bank of New York (BNY) Mellon e outros também agiram para fornecer serviços cripto a seus clientes de alto poder aquisitivo.
Recentemente, o JPMorgan Private Bank contou a seus clientes, em uma apresentação educacional, que o bitcoin pode ser um diversificador de portfólio “se for mensurado corretamente”.