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CEO da Via (VIIA3): Disparada da Selic de 2% para 14% gera R$ 1 bi de custos ao ano

14 fev 2023, 18:02 - atualizado em 14 fev 2023, 18:54
Via Varejo
Fulcherberguer explica que em 2019, quando assumiu o comando da companhia, “ninguém queria saber de lucratividade” (Imagem: Dibulgação/BTG)

O CEO da Via (VIIA3), Roberto Fulcherberguer, afirmou, durante evento do BTG ocorrido nesta terça-feira, que a mudança da Selic de 2% para 14% custa R$ 1 bi ao ano para a companhia.

As varejistas foram do céu ao inferno em um curto período de tempo, quando a Selic disparou de 2% em 2020 para os atuais 13,75%. Quem contraiu dívidas nesse período, viu os juros corroerem o seu caixa, além de provocar uma queda na demanda pelo consumo.

Fulcherberguer explica que em 2019, quando assumiu o comando da companhia, “ninguém queria saber de lucratividade”.

“Era só o quanto o GMV (volume bruto de mercadoria) cresce e quantos clientes você tem na base. Mas não importa a que custo isso? Naquele momento não. O que nós vimos depois das crises, com a disparada da taxa de juros, é que aquele excesso de liquidez secou”, recorda.

Agora, o executivo diz que a palavra da ordem é lucratividade. “A cada dez perguntas que ouvimos de investidores, 9 são sobre o lucro”, diz.

Para ele, a disparada da Selic vai privilegiar companhias que estão olhando para perpetuidade, e não as que fazem “loucuras”.

“A taxa de juros do tamanho atual não permite mais aventuras. Quem tem no seu DNA caixa, foco e rentabilidade, está em um bom momento”, explana.

Fulcherberguer diz ainda que a Via arrumou a casa, já em 2021, quando limitou a oferta de crediário. “Não sofremos um ponto de piora da inadimplência”, afirma.

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Alta da Selic até quando?

A fala de Fulcherberguer vem em um momento em que o governo pressiona o Banco Central a abaixar a Selic.

Segundo informações do BroadcastLula já teria avisado a equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação de 2023. Atualmente, ela é de 3,25%, com um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Lula avalia que a mudança permitiria reduzir a Selic, uma vez que a inflação estaria dentro da meta – requisito exigido pelo Banco Central para rever a política monetária e futuros cortes na taxa de juros. Na visão do presidente, a Selic poderia fechar 2023 no patamar de 12% ao ano.

No entanto, o próprio Roberto Campos Neto sinalizou que não pretende mudar a meta e que a queda da Selic depende das reformas do governo federal.