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CEO da Shopify diz a funcionários para recusar reuniões inúteis

07 jan 2023, 18:00 - atualizado em 06 jan 2023, 8:19
Shopify
Grandes reuniões com mais de 50 pessoas só poderão ser realizadas durante uma janela de seis horas às quintas-feiras, com um limite de uma por semana (Imagem: Reuters/Chris Wattie/)

A Shopify passou o ano passado cortando custos. Agora, quer cortar as reuniões.

À medida que os funcionários retornam das férias, a gigante canadense do comércio eletrônico disse que está conduzindo uma “limpeza de calendário”, removendo “perpetuamente” todas as reuniões recorrentes com mais de duas pessoas, ao mesmo tempo em que reafirma a regra de que nenhuma reunião pode ser realizada às quartas-feiras.

Grandes reuniões com mais de 50 pessoas só poderão ser realizadas durante uma janela de seis horas às quintas-feiras, com um limite de uma por semana.

Os líderes da empresa também incentivarão os funcionários a recusar outras reuniões e a se retirarem de grandes grupos de bate-papo internos.

“Se você diz sim a uma coisa, na verdade diz não a todas as outras coisas que poderia ter feito naquele período de tempo”, disse Tobi Lutke, o polêmico e cultuado CEO e co-fundador da empresa que, entre outras coisas, é conhecido por preferir que os funcionários trabalhem de casa e economizar com custos de escritório.

“À medida que as pessoas adicionam coisas, o conjunto de coisas que podem ser feitas torna-se menor. Então, você acaba com mais e mais pessoas apenas mantendo o status quo”, disse.

Reuniões grandes, longas e improdutivas se tornaram um suplício do atual ambiente de trabalho híbrido, levando empresas a tentar reduzi-las.

A controladora do Facebook, a Meta, a fabricante de produtos domésticos Clorox e a empresa de tecnologia Twilio estão entre as que instituíram dias sem reuniões.

Funcionários gastam cerca de 18 horas por semana, em média, em reuniões, de acordo com uma enquete realizado no ano passado, e eles recusam apenas 14% dos convites, embora prefeririam não comparecer a 31% delas.

Comparecer relutantemente a reuniões que não são cruciais desperdiça cerca de US$ 100 milhões por ano em grandes organizações, segundo a pesquisa.

Reuniões mal gerenciadas também podem prejudicar o engajamento dos funcionários e até aumentar sua intenção de pedir demissão, de acordo com Steven Rogelberg, professor de ciência organizacional, psicologia e administração da Universidade da Carolina do Norte.

Dados da Microsoft baseados em milhares de usuários de seu software de trabalho descobriram que o tempo gasto em reuniões mais do que triplicou nos primeiros dois anos da pandemia, e o número de reuniões semanais mais do que dobrou.

A parcela de reuniões virtuais entre apenas duas pessoas, no entanto, aumentou de 17% em 2020 para 42% no ano passado, descobriu um estudo de 48 milhões de reuniões da empresa de análise de colaboração Vyopta, um sinal de que as empresas estão tentando diminuir o número de participantes.