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CEO da Microsoft defende regras mais claras para discurso online

10 fev 2021, 15:22 - atualizado em 10 fev 2021, 15:22
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A Microsoft não opera um serviço de rede social para consumidores, mas está entre os provedores de computação em nuvem que foram trazidos para o debate sobre o bloqueio de certos indivíduos (Imagem: Reuters/Mike Blake)

O diretor-presidente da Microsoft, Satya Nadella, disse que serviços de redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube precisam de leis e regras mais claras para determinar se contas polêmicas, como a do ex-presidente dos EUA Donald Trump, devem ter espaço, em vez de terem que tomar as próprias decisões sobre a liberdade de expressão.

“A ação unilateral de empresas individuais em democracias como a nossa não é estável a longo prazo. Precisamos ser capazes de ter uma estrutura de leis e normas”, disse Nadella em entrevista à Bloomberg Television.

“Depender de qualquer CEO em qualquer uma dessas empresas para tomar decisões que realmente vão nos ajudar a manter algo tão sagrado e tão importante quanto nossa democracia no longo prazo é algo que, pelo menos eu, como cidadão, de nenhuma maneira defenderia.”

A Microsoft não opera um serviço de rede social para consumidores, mas está entre os provedores de computação em nuvem que foram trazidos para o debate sobre o bloqueio de certos indivíduos, contas de redes sociais e aplicativos inteiros, especialmente após a violenta invasão do Capitólio dos EUA por seguidores de Trump no mês passado.

A unidade de nuvem da Amazon.com cancelou seus serviços de hospedagem da Parler, uma rede social que se autodenomina anticensura e era popular entre conservadores e extremistas.

A Apple e o Google, da Alphabet, haviam removido a Parler de suas lojas de aplicativos. As medidas das três empresas de tecnologia basicamente tiraram o serviço do ar. A conta de Trump, entretanto, foi banida do Twitter e permanece suspensa no Facebook.

Nos últimos anos, reguladores antitruste intensificaram as investigações sobre o poder de mercado de grandes empresas de tecnologia, justo quando a Microsoft foi submetida ao escrutínio do governo e enfrentou um processo antitruste nos Estados Unidos há mais de duas décadas, quando Nadella era um gerente em ascensão.

É melhor que empresas de tecnologia mais jovens enfrentem forte concorrência e abordem as consequências negativas de crescer muito antes do tempo, em vez de esperar até que seu tamanho cause problemas para consumidores e rivais, disse o CEO.

“Por si só, ser grande não é ruim, mas a competição é boa”, disse. “E, mais importante, você precisa ter um modelo de negócios que realmente esteja alinhado com o bom desempenho do mundo. Existem certas categorias de produtos onde as consequências indesejadas do crescimento nessa categoria ou a falta de concorrência criam problemas.”

A necessidade de competição inclui a rivalidade com a China, disse Nadella, embora as preocupações com a segurança nacional devam ser levadas em conta por cada governo, disse Nadella.

“Não há nenhum direito dado por Deus para as empresas de tecnologia dos EUA assumirem que não pode haver outras potências de tecnologia”, disse. “Todos nós na Costa Oeste dos EUA precisamos ter os pés mais no chão, porque às vezes acho que celebramos demais nossos próprios avanços.” Em vez disso, as empresas deveriam olhar o que está acontecendo no mundo e quão relevante é sua tecnologia, disse.

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