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CEO da Ericsson dobra a aposta na China, enquanto disputa por 5G ainda ressoa

05 set 2021, 20:00 - atualizado em 03 set 2021, 12:58
Ericsson
A Ericsson recebeu cerca de 2% do contrato de 5G da China Mobile, de 11% ano passado, e teve uma parcela de 3% em um contrato de rádio 5G conjunto da China Telecom e da China Unicom (Imagem: REUTERS/Aly Song)

O presidente-executivo da Ericsson prometeu dobrar a aposta em sua tentativa de recuperar a parcela de mercado perdida na China, após a Suécia bloquear fornecedores chineses para o lançamento do seu 5G, uma medida que antagonizou Pequim e atingiu os negócios da fabricante de equipamentos.

A China representou cerca de 10% das receitas da Ericsson ano passado, mas esse montante caiu bastante após o país-natal da empresa, a Suécia, proibir a Huawei em suas redes de 5G, citando riscos de segurança – uma acusação bastante negada pela Huawei.

A Ericsson recebeu cerca de 2% do contrato de 5G da China Mobile, de 11% ano passado, e teve uma parcela de 3% em um contrato de rádio 5G conjunto da China Telecom e da China Unicom.

“Estamos na China há 120 anos e não pretendemos desistir facilmente”, disse o CEO Borje Ekholm, em uma entrevista à Reuters. “Vamos mostrar que podemos agregar valor à China.”

A Ericsson tem feito lobby com o governo sueco a favor da Huawei, alertando sobre possíveis retaliações da China, mas a proibição passou e tem sido mantida pelos tribunais.

“Eu não acho que tivemos qualquer ajuda do governo sueco, sendo honesto”, afirmou Ekholm.

Analistas alertaram que a Ericsson, com sede no polo tecnológico sueco de Kista, ao norte de Estocolmo, poderia perder a maioria dos seus negócios na China. Os contratos iriam para a rival nórdica Nokia.

Embora a finlandesa Nokia, que não recebeu nenhum contrato de rádio da China ano passado, tenha conseguido o seu primeiro em uma segunda rodada de concessões, a Ericsson tem conseguido manter uma pequena vantagem até agora.

“Se tivéssemos perdido totalmente, isso teria nos colocado em uma desvantagem competitiva do ponto de tecnológico”, afirmou Ekholm.

A Ericsson tem feito lobby com o governo sueco a favor da Huawei, alertando sobre possíveis retaliações da China, mas a proibição passou e tem sido mantida pelos tribunais (Imagem: Reuters/Aly Song)

A China tem estado na vanguarda do desenvolvimento de redes de 5G e é responsável por mais de metade dos equipamentos usados no mundo inteiro para a próxima geração de rede. É um mercado crítico para qualquer fabricante de equipamentos de telecomunicação.

Além dos altos volumes de vendas, estar na vanguarda significa que a China oferece uma base de testes para tecnologias avançadas de 5G, que pode ser aproveitada por Ericsson e Nokia ao implantar redes ao redor do mundo.

A Ericsson, fornecedora principal de equipamentos na China para gerações anteriores de tecnologia de telecomunicações, tomou medidas ousadas para ganhar contratos no país, incluindo um prejuízo de 1,3 bilhões de coroas (152 milhões de dólares) por ter dado baixa contábil no inventário de produtos.

As baixas contábeis são geralmente recuperadas quando as empresas vendem equipamentos adicionais e compensam as perdas no longo prazo, mas não conseguir futuros contratos tornam essas perdas mais importantes.

“O interessante sobre banda larga é que é viciante. Uma vez que você a tem, quer mais. O grande consumo de dados na China impulsionará as futuras necessidades da tecnologia”, disse Ekholm.

“Agora precisamos assegurar que recuperamos esse volume em outros lugares e também na China.”