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CEO da Alchemy Coin é preso por fraude ligada à COVID-19

12 ago 2021, 9:48 - atualizado em 12 ago 2021, 10:24
Bandeira EUA algema dólar
Entre os supostos crimes, Cheng realizou aplicações fraudulentas para empréstimos do programa de alívio à pandemia de COVID-19 dos Estados Unidos (Imagem: Unsplash/Bermix Studio)

O Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) dos Estados Unidos afirmou, nessa quarta-feira (11), que o ex-CEO de uma fintech foi sentenciado a seis anos de prisão, após se declarar culpado das acusações com relação à fraude de empréstimos e investimentos cripto ligada à pandemia de COVID-19.

Segundo o comunicado do DOJ, Justin Cheng foi sentenciado por “esquemas de múltiplas fraudes que ele cometeu”.

Entre os supostos crimes, Cheng arrecadou US$ 400 mil para uma startup de empréstimos que usou tecnologia blockchain, chamada Alchemy Coin.

Promotores de justiça disseram que Cheng enganou investidores sobre a viabilidade do projeto e a legalidade de uma oferta inicial de moeda (ICO) relacionada ao projeto. 

De acordo com o comunicado do DOJ:

Em adição à fraude de empréstimos relacionados à pandemia de COVID-19 descrita acima, por volta de 2017 até por volta de 2019, CHENG cometeu fraude de valores mobiliários ao solicitar e obter aproximadamente US$ 400 mil em investimentos para a Alchemy Coin Technology Limited e empresas relacionadas (“Alchemy Coin”) controladas por CHENG.

Esses investimentos foram obtidos por meio de declarações e omissões enganosas e materialmente falsas relacionadas ao acesso da Alchemy Coin ao capital, ao uso dos rendimentos de clientes, à disponibilidade do produto de sua plataforma de empréstimo de ponta a ponta baseada em blockchain e ao registro de seus tokens como parte de uma oferta inicial de moeda. 

Cheng também solicitou milhões de dólares em empréstimos do Programa de Proteção ao Pagamento (PPP) de um programa de alívio à pandemia, fundado pelo governo americano. 

“Baseado em aplicações fraudulentas de empréstimos PPP solicitadas por CHENG, um total de mais de US$ 3,7 milhões em empréstimos PPP foram aprovados para as empresas Cheng, e aproximadamente US$ 2,8 milhões em rendimentos de empréstimos PPP foram depositados em contas bancárias controladas somente por CHENG”, disse o DOJ.

“Ao invés de usar os rendimentos dos empréstimos PPP para cobrir custos, juros de hipoteca, aluguel e/ou contas básicas para as supostas empresas Cheng, conforme exigido pelo PPP, CHENG transferiu mais de US$ 1 milhão para o exterior, retirou cerca de US$ 360 mil em dinheiro e/ou em cheques administrativos e gastou, no mínimo, US$ 279 mil dos rendimentos de empréstimos PPP em despesas pessoais.”

Além disso, promotores de justiça disseram que Cheng “cometeu fraude eletrônica ao obter, de modo fraudulento, taxas pela auditoria de várias empresas startup, como parte de um esquema de taxa antecipada, por meio de declarações materialmente falsas e enganosas com relação ao propósito e à restituição das taxas e de seu interesse e capacidade de fazer investimentos em empresas startup” entre 2018 e 2019.

Cheng se declarou culpado das acusações em abril. Além da ordem de prisão, ele foi sentenciado a três anos de liberdade monitorada e será deportado dos Estados Unidos após sua saída da prisão.