Centauro: parceria com a Nike desbloqueará R$ 8 por ação
O BTG revisou as expectativas da Centauro (CNTO3) e cortou o preço-alvo das ações para R$ 39, antes em R$ 42. O valor representa um potencial de alta de quase 53% em relação ao último fechamento. A recomendação é de compra.
Segundo os analistas Luiz Guanais, Gabriel Savi e Victor Rogatis, a recente alta de casos do coronavírus prejudicará a empresa. Isso porque a Centauro possui alta exposição a shoppings. Apesar disso, eles ressaltam que a perda pode ser compensada pelo avanço do e-commerce.
Mesmo assim, a equipe de especialistas mantém a visão positiva dos papéis para o médio e longo prazo. Só o negócio firmado com a Nike, por exemplo, pode desbloquear R$ 8 por ação.
Acordo de ouro
Em dezembro, a Centauro concluiu a compra dos direitos da Nike no Brasil por R$ 1,03 bilhão. O acordo prevê a distribuição de produtos exclusivos da empresa por 10 anos e a operação das lojas pelo período de 5 anos.
“A aquisição de uma das marcas mais fortes no segmento de artigos esportivos adiciona pontos de contato para soluções do seu omnichannel – onde vemos grandes sinergias, já que a Nike ainda não é multicanal”, argumentam.
Um novo tipo de comércio
A compra da rede de canais digitais NWB por R$ 60 milhões também foi elogiada pelos analistas, que veem da aquisição uma boa oportunidade para a Centauro se aproximar dos seus clientes.
A empresa lança 150 novos vídeos por semana, e, em média, teve mais de 10 bilhões de visualizações em seu canal do YouTube desde o lançamento em 2013, e é a maior base de audiência de entretenimento esportivo do Brasil.
“Os consumidores modernos querem ser informados, gostam de estar na vanguarda e saber opiniões antes de comprar um produto. Incorporar o comércio eletrônico na mídia social é poderoso ao permitir que os clientes descubram marcas por meio de conteúdo social”, destacam.
BTG não está sozinho
O Santander Brasil (SANB11) recomendou a compra dos papéis da Centauro, com preço-alvo de R$ 35 até o final de 2021. E o primeiro passo para tamanho otimismo foi a compra dos direitos da Nike no Brasil.
“A Centauro tem uma meta ambiciosa de criar uma dinastia de varejo esportivo no Brasil por meio de um ecossistema completo. Combinada à chegada da Nike, o valuation razoável das ações promete um ganho de 17% até o final do ano”, enfatiza o analista Ruben Couto, que assina o relatório do banco.