Centauro: aumento de dívida para bancar expansão não preocupa, diz S&P
A Standard&Poor’s (S&P) atribuiu rating “brA+” para a SBF Comércio de Produtos Esportivos, uma das principais empresas do Grupo SBF (SBFG3), conhecido pela rede de lojas Centauro. A mesma nota foi dada à segunda emissão de debêntures da companhia, que soma R$ 300 milhões. A perspectiva do rating é estável.
Pela metodologia da S&P, o prefixo “br” significa que o papel foi avaliado sob a ótica local, isto é, incorporando os riscos de ser uma empresa que atua no Brasil.
Já a nota “A” indica que uma obrigação ou empresa “é, de certa forma, mais suscetível aos efeitos adversos de mudanças nas circunstâncias e nas condições econômicas do que as obrigações nas categorias mais altas. No entanto, a capacidade do devedor de honrar seus compromissos financeiros relativos à obrigação ainda é forte.”
Fabiana Gobbi e Wendell Sacramonti, responsáveis pelo relatório da S&P, lembram que a Centauro é a líder no varejo de materiais esportivos. Essa posição foi fortalecida pela recente aquisição das operações da Nike Brasil.
Para a dupla, a Nike deve gerar “elevados ganhos de escala” para o Grupo SBF. “Porém, devido ao atual cenário desafiador e à extensa crise sanitária, a Centauro poderá enfrentar riscos de execução na integração das operações da Nike do Brasil agora denominada Fisia, e afetar nosso cenário-base”, explicam os analistas.
De olho no caixa
A S&P também espera um “aumento gradual de geração de caixa”, sustentado pelo “forte crescimento de receita” neste ano. A agência de classificação de risco estima um aumento de 50% nessa linha do balanço em 2021, frente a 2020.
“Ademais, esperamos melhora gradual de margem ebitda ao longo dos próximos anos, proporcionada pela retomada das vendas e ganhos de sinergia na integração dos negócios”, diz a S&P.
A agência lembra que R$ 100 milhões obtidos com a emissão de debêntures serão usados no pagamento de dívidas de curto prazo. O restante irá para investimentos em expansão. “Apesar do aumento de dívida em 2021, esperamos uma desalavancagem gradual à medida que a empresa aumenta sua geração de caixa”, explica a S&P.
Os analistas projetam que a relação dívida bruta/ebitda caia, progressivamente, de 5 ou 6 vezes, no fim de 2021, para 2,5 a 3,5 vezes em 2023.