Cenoura, tomate e cebola: Quando o preço desses produtos vai baixar?
A inflação não deixa o brasileiro em paz. Em março, a cenoura disparou 31,47%, o tomate avançou 27,22% e a cebola subiu 13,84%. No acumulado de 12 meses, o preço da cenoura saltou 166,17%.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% em março, maior taxa dos últimos 28 anos.
Será que essa disparada dos preços vai ter fim? Para responder essa dúvida, o Money Times conversou com três economistas, que trazem boas e más notícias.
Cenoura, tomate e cebola terão uma aliviada
Para Alberto Azjental, economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a tendência é de uma possível melhora no curto prazo, principalmente da cenoura e do tomate.
“Os produtos estão saindo da época da safra (melhor período de produção e colheita), mas essa faze foi prejudicada pelas chuvas em excesso que tivemos no começo do ano”, diz o economista.
Ele explica que, mesmo que a cenoura e o tomate entrem na entressafra, a falta de oferta atual do produto tende a fazer com que a produção de uma melhorada e que ocorra uma melhora dos preços nos próximos meses.
Preço pode não ser confortável até o final do ano
Juliana Inhasz, economista do Insper, tem um tom positivo para os três itens em foco, mas alerta para um sofrimento geral do consumidor.
“A cenoura, a cebola e o tomate devem sim ter uma diminuição nos preços, justamente pela melhora climática. No entanto, os preços dos alimentos em geral devem continuar crescendo em uma proporção difícil para o consumidor”, explica.
Para ela, a alta geral dos alimentos está ligada a dois fatores, o primeiro é a disparada dos combustíveis, que aumenta os custos com o transporte dos itens.
“Um segundo fator é que a inflação está atingindo a todos e diversas categorias podem pedir reajuste salarial. Esse aumento de salário, em vários segmentos, pode pressionar ainda mais o preço dos alimentos, pois os custos aumentam”, diz.
Inflação é persistente
Para André Perfeito da Necton, a inflação veio para ficar, principalmente após os números de hoje, que assustou muito analistas.
“A inflação veio muito acima das exceptivas e a situação está muito ruim, tendo em vista que 77% dos itens dispararam no último mês, ou seja, teremos uma inflação bem persistente até o final do ano”, afirma André Perfeito.