Cenário sem Previdência pode ter consequência severa sobre o dólar, diz Société Générale
O risco de que a reforma da Previdência não avance em 2017 ou em 2018 é crescente e isso pode trazer consequências severas para os mercados brasileiros, sobretudo para a taxa de câmbio entre o dólar e o real, avalia o economista do banco Dev Ashish do Société Générale em um relatório obtido pelo Money Times.
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O documento considera que a opção Lula nas eleições do ano que vem está praticamente descartada, apesar de as pesquisas o apontarem como o favorito. “Em qualquer caso, duvidamos que o mercado esteja muito entusiasmado com suas propostas políticas, o que é indiscutivelmente incompatível com as reformas”, destaca.
Ou seja, o banco francês avalia que o risco em atrasar as reformas e as incertezas em torno do modelo final da Previdência e o timing disso irão pesar sobre a ansiedade do mercado em algum momento. Ashish aposta que isso pode acontecer durante o final da disputa das eleições presidenciais de 2018.
“Enquanto isso, a conjunção de encargo fiscal e de dívidas continuam a aumentar. Acreditamos que é hora de começar a avaliar o risco político de a reforma da Previdência não ser aprovada pelo Congresso em 2017 ou 2018”, pontua. Ele lembra que este ainda não é o cenário base, mas que essa situação trará “severas consequências” para o real, inflação e juros.
“No entanto, esperamos que essa probabilidade aumente à medida que nos aproximamos do início da campanha eleitoral de 2018”, conclui.