Cenário para ação da Mater Dei está mais positivo após queda recente, dizem analistas
A queda recente de mais de 30% da Mater Dei (MATD3) na bolsa deixa os analistas da Ágora Investimentos mais positivos com as ações da companhia.
Em relatório divulgado na noite desta terça-feira (11), Marcio Osako, do Bradesco BBI, e Maria Clara Negrão, da Ágora, destacam que, enquanto o papel da Mater Dei desvalorizou 34% em um mês, a ação da Rede D’Or (RDOR3) caiu 20% no mesmo período. O Ibovespa, por sua vez, acumulou queda de 4%.
Apesar do viés mais otimista, os analistas estão mantendo a recomendação neutra para a Mater Dei por enquanto, considerando que o potencial de valorização da companhia é similar ao dos pares e sua ação possui menor liquidez. Osako e Negrão afirmam ainda que falta visibilidade nos ganhos de curto prazo, dado o aumento dos casos de Covid-19.
O BTG Pactual (BPAC11), por outro lado, tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 23 para a ação. O banco considera a Mater Dei uma “bela história de consolidação que está se desenvolvendo” e acredita que o valuation está atrativo, com os papéis negociando a mais ou menos 8 vezes EV/EBITDA (valor da empresa sobre Ebitda) em 2022.
Entrada no Centro-Oeste
A Mater Dei anunciou a aquisição de 95,5% do Hospital Premium – Instituto de Cirurgia Plástica e Oftalmologia, localizado em Goiânia (GO) por R$ 250 milhões, incluindo imóveis.
A leitura da Ágora sobre o negócio é positiva, pois, além de ter garantido um negócio disputado por outros players, a Mater Dei conseguiu o hospital por um preço atrativo (R$ 1,6 milhão/cama, incluindo os imóveis versus R$ 1,2-1,5 milhão para um greenfield [projeto novo] e R$ 2,1 milhões pagos pela Rede D’Or em média) e está entrando na região Centro-Oeste, com um mercado endereçável de aproximadamente 700 mil beneficiários na região metropolitana de Goiânia (contra 530 mil em Belo Horizonte, Minas Gerais).
Para o BTG, a aquisição é estratégica, pois coloca a Mater Dei em uma região onde a concorrência ainda não está presente.
O banco destaca, no entanto, que, a partir de agora, o balanço patrimonial esticado da empresa pode limitar grandes movimentos inorgânicos.
“A companhia já usou todos os recursos do IPO (R$ 1,18 bilhão de caixa levantado em abril de 2021)”, comenta a equipe de análise do BTG.
Inaugurado em 2013, o Hospital Premium tem capacidade instalada para 156 leitos, terminando 2021 com 80 leitos operacionais.
A previsão do hospital é que todos os leitos entrem em operação nos próximos 12 meses, seguido posteriormente de um aumento em um terreno de 5 mil metros quadrados.
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