AgroTimes

Cenário favorável para Marfrig nos EUA está perto do fim (e charme da ação também)

11 mar 2021, 15:12 - atualizado em 11 mar 2021, 15:13
Marfrig-Carnes
O BTG Pactual manteve a recomendação neutra para a ação da Marfrig e estipulou um novo preço-alvo de R$ 16 (Imagem: Facebook/Marfrig)

A Marfrig (MRFG3) teve um ano marcante em 2020, caracterizado por recordes que devem ser lembrados não só pela companhia, mas também pelo BTG Pactual (BPAC11), que destacou a mudança nos resultados (agora mais limpos e com melhores margens) após a empresa colocar em prática seu plano de reestruturação.

“Após anos de polêmica alocação de capital e má administração, a Marfrig montou um sólido plano de reestruturação e o executou perfeitamente nos últimos dois anos”, afirmaram os analistas Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Ricardo Cavalieri, em relatório divulgado na terça-feira.

A companhia teve no ano passado seu maior lucro líquido da história. O montante de R$ 3,3 bilhões, puxado pela participação das operações na América do Norte, em meio a um ciclo positivo da pecuária nos Estados Unidos, superou com folga os R$ 218 milhões registrados em 2019.

A Marfrig ainda registrou receita líquida de R$ 67,5 bilhões no ano, alta de 35,3% em relação a 2019. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) praticamente dobrou para R$ 9,6 bilhões.

As operações na América do Norte representaram aproximadamente 72% da receita líquida e cerca de 80% do Ebitda.

Apesar dos números impressionantes, o BTG manteve a recomendação neutra para a ação da frigorífica por ver que o forte ciclo da carne bovina no mercado americano tem data de validade.

“Nossa tese de que as margens da carne bovina dos Estados Unidos não podem permanecer tão altas por muito tempo permanece, ainda tornando a Marfrig mais uma história binária à frente. O ciclo da carne bovina nos EUA está claramente atingindo seu pico, ressaltado por volumes de produção ainda crescentes (+3% ano a ano), que, embora lentamente, ainda esperamos que acabe”, defenderam os analistas.

O BTG ainda destacou uma queima de caixa “potencialmente forte”, de R$ 1,5 bilhão, esperada para o primeiro trimestre deste ano devido ao plano de compensação da administração da controlada National Beef.

Em relação ao preço-alvo, o banco aumentou o valor para R$ 16 a ação.