Cenário é desafiador, mas existe luz no fim do túnel para CVC
A indústria de turismo enfrenta um dos seus períodos mais difíceis, mas é questão de tempo até que a demanda por viagens comece a acelerar, afirmou a Ágora Investimentos. A corretora tem uma perspectiva de curto prazo relativamente otimista para a CVC Brasil (CVCB3), que enfrentou não só os problemas causados pela pandemia de Covid-19, como também teve que lidar com as mudanças de gestão e as reformulações contábeis.
“Há alguns dados encorajadores dos Estados Unidos, onde o processo de vacinação está mais avançado, e achamos que agora é uma questão de tempo até que as viagens de lazer se acelerem, na medida em que avança para a recuperação”, afirmaram os analistas Richard Cathcart e Flavia Meireles, em relatório divulgado na quinta-feira.
Competição
Com o aumento da concorrência no mercado, a CVC está focada em brigar pela sua posição de destaque ao introduzir a tecnologia em seus serviços, algo que a Ágora considera “primordial”.
“O aumento da concorrência deixa duas estratégias viáveis: competir em preço com produtos comparáveis (como fazem as OTAs – agências de viagem online) ou agregar valor aos seus serviços, movidos pela tecnologia para alcançar a diferenciação e um negócio mais defensável e lucrativo. A administração optou por esta última, que consideramos a opção certa e acreditamos que são capazes de executar”, defenderam os analistas.
Apesar do ambiente hostil em que a CVC está inserida, a Ágora destacou a força da marca, bem como sua escala e o modelo de lojas franqueadas, que podem se tornar centros de relacionamento e experiência.
De acordo com a corretora, usar uma abordagem mais ágil em vez da fórmula tradicional de “aumentar escala e vender barato” se tornou necessária com o aumento da concorrência no mercado. Os analistas não sabem se a CVC vai se sair bem nesse cenário, mas têm confiança na capacidade da equipe de gestão da companhia de seguir com a transformação digital das operações.
Novo preço-alvo
A Ágora elevou o preço-alvo da ação da CVC para R$ 24. A recomendação neutra, no entanto, foi mantida, considerando que uma recuperação sólida já está precificada e a relação risco-retorno parece bastante equilibrada.
“Além disso, o múltiplo P/L [preço sobre lucro] deve se normalizar apenas em 2024 e, mesmo assim, 24x P/L não é uma pechincha”, complementaram Cathcart e Meireles.