Cemig espera ter em 20 dias reperfilamento de dívida
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está em fase adiantada de negociação junto a seus bancos credores para o reperfilamento de suas dívidas e a expectativa da empresa é concluir um acordo em cerca de 20 dias, o que garantiria fôlego para a companhia honrar seus compromissos nos mercados de capitais e de crédito, afirmou o diretor de Finanças e Relações com Investidores da estatal, Adézio de Almeida Lima. Segundo o executivo, o reperfilamento garantiria à companhia condições de amortizar suas dívidas com seu fluxo de caixa.
Ele salientou, porém, que isso seria possível tendo em vista também a conclusão da venda de alguns ativos, que também colaborariam na redução das despesas financeiras. “A companhia é muito sustentável e robusta, mas seu fluxo de caixa livre não é suficiente para amortização da dívida, que está muito concentrada no curto prazo”, afirmou Lima, durante teleconferência com analistas e investidores.
A Cemig encerrou 2016 com um caixa de aproximadamente R$ 2 bilhões, mas tinha anotado no curto prazo dívidas que somavam R$ 4,84 bilhões, sem contar uma obrigação, relacionada a uma opção de venda (PUT) que soma R$ 1,6 bilhão, que vence no final de outubro. Além disso, a companhia anotava mais R$ 3,9 bilhões a vencer em 2018. Conforme anunciou a companhia no início de junho, a Cemig buscava junto aos bancos comerciais uma carência de três anos para o pagamento de suas obrigações e um prazo de cinco anos para a amortização.
Além do reperfilamento, a companhia tenta, como parte de sua reestruturação, lançar um eurobond de sete anos. A empresa chegou a ir para rua com a operação em maio, mas não conseguiu concluir porque os investidores exigiram um prêmio muito elevado.
A administração indicou, então, que iria voltar ao mercado no início de julho, e acreditava que a divulgação de seu plano de desinvestimentos e do balanço financeiro do primeiro trimestre, mais favorável que os números do quarto trimestre de 2016 apresentados inicialmente, seriam suficientes para garantir um maior apetite dos investidores. Questionado nesta segunda-feira, 10, sobre a emissão, Lima indicou que a companhia “continua analisando, mas ainda está vendo qual a melhor janela de oportunidade para voltar ao mercado”.