Cemig (CMIG4): Federalização em discussão e dividendos moderados; veja avaliação de analistas após Investor Day
A Cemig (CMIG4) realizou o seu Investor Day de 2024 na terça-feira (20). Para analistas que acompanharam o evento, a companhia reafirmou o direcionamento estratégico delineado em 2023.
A XP Investimentos considera a continuidade das estratégias da companhia um desenvolvimento positivo, tendo em vista que mostra uma continuação de uma trajetória operacional bem-sucedida da companhia. Com isso, a casa reitera a positiva e recomendação de compra para a Cemig.
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Os analistas destacam que o processo de federalização continua em discussão e não há visibilidade sobre o resultado, enquanto a estratégia atual é focar em Minas Gerais, onde a empresa está implementando um plano de Capex de cerca de R$ 49 bilhões no período 2019-28.
Além disso, comentam que, em transmissão, a Cemig espera gastar aproximadamente R$ 3,5 bilhões em reforços e melhorias e, em geração, as condições de mercado não são boas para expansão e a empresa está se preparando para encontrar possíveis soluções para sua concessão hidrelétrica que expira em breve.
Sobre o plano de Capex, o BTG Pactual pontua que há muito tempo Minas Gerais carece de investimentos robustos em energia. Em resposta, um grande pedaço desses recursos se concentrarão na expansão e modernização da infraestrutura de rede da Cemig, visando atender aos padrões regulatórios de qualidade, gerar eficiência de custos por meio de economias de escala e aumentar a procura de energia.
O BTG tem indicação neutra para CMIG4, com preço-alvo de R$ 11,00
Já a Genial Investimentos segue com a expectativa de que o assunto da privatização da empresa voltar a mesa após a realização das eleições municipais, pois avaliam que o processo de federalização não deva acontecer nos melhores termos nem para a empresa e nem para o próprio governo federal.
Os analistas comentam que a empresa negocia com upside mais restrito em relação ao preço-alvo, de R$ 12,50, depois do desempenho das ações pós segundo trimestre de 2024. A recomendação é de manter.
“Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando com uma TIR implícita de 10% e EV/Ebitda 24E 5,4x – interessante, mas seguimos com a nossa preferência em ELET3 por julgarmos um case mais barato, com mais prazo médio de concessões mais estendido e com um gatilho de curto prazo importante a ser resolvido no curto prazo (o acordo relacionado ao ADI)”.
A Ganial comenta ainda que, apesar do endividamento sob controle, a empresa foi enfática em sua moderação no pagamento de dividendos ou eventuais aquisições e deve permanecer com sua política de distribuição de apenas 50% do seu lucro líquido.
Cemig federalizada?
O governo de Minas Gerais avalia transformar a Cemig em uma “corporation” (empresa sem controlador definido) antes de um eventual processo de federalização da companhia,
Os analistas do BTG Pactual comentam que, no evento, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e o Presidente Utsch reconheceram que a Cemig poderia ser mais eficiente se transformada em uma corporação, uma proposta anteriormente apoiada pelo governador Romeu Zema como parte de uma agenda mais liberal.
Segundo o banco, Passalio também destacou que os atuais direitos de tag along (80% para as ações CMIG3 ON) e a avaliação pela qual o controle seria transferido poderiam dissuadir o governo de buscar a federalização. Mencionou ainda a possibilidade de a privatização ser seguida de federalização.
“No entanto, concluiu que a opção mais viável hoje é a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que atualmente está em vigor por meio de liminar do Supremo e poderá ser formalizado por meio de autorização legislativa”, disse o BTG em relatório.
Nesta quarta-feira (21), as ações da Cemig (CMIG4) terminaram o dia com alta de 0,67%, a R$ 11,98.