Comprar ou vender?

Cemig (CMIG4): Dividendos são suficientes para comprar ações? Safra responde

02 dez 2024, 16:40 - atualizado em 02 dez 2024, 16:40
Cemig
O Safra rebaixou a classificação para Cemig de compra para neutra (Imagem: Guilherme Dardanhan/ALMG)

O Safra rebaixou a sua classificação para a Cemig (CMIG4) de compra para neutra, após o que apontam como um “ano incrível” para a companhia, uma vez que as ações superaram tanto o Ibovespa (IBOV) quanto seus pares, com uma alta de 36% desde o início do ano (excluindo dividendos), contra recuo de 5% do índice.



Os analistas do banco comentam que o desempenho da empresa reflete parcialmente melhorias operacionais e estratégicas, incluindo iniciativas de redução de custos e vendas de ativos não essenciais.

Essas medidas resultaram um pagamentos expressivos de dividendos, com um rendimento implícito de 11% no ano em 2024, com espaço para pagamentos adicionais.

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Seguindo esse desempenho, o banco introduziu um novo preço-alvo de 12 meses de R$ 13,20, ante R$ 14,50 anteriormente, o que gera um retorno total de 15,1%, incluindo dividendos. Os analistas indicam que esse retorno justifica a classificação neutra.

Com os preços atuais das ações, o Safra vê a Cemig operando em uma TIR (Taxa Interna de Retorno) real implícita de 9%, 2 pontos percentuais baixo dos pares.

Safra vê futuro promissor para a Cemig

Os analistas recordam que a Cemig promoveu em 2024 diversas iniciativas geradoras de valor, como:

  • Programa de redundância anunciado em maio;
  • Gestão de passivos, que resultou na reversão de provisões que ultrapassaram R$ 600 milhões;
  • Venda da participação na Aliança Energia.

“Além disso, a empresa continuou anunciando grandes pagamentos de dividendos, que totalizaram mais de R$ 2 bilhões no ano. Estimamos que há potencial para reduzir os custos operacionais anuais em aproximadamente R$ 100 milhões até o ano de 2025, devido ao mais recente programa de demissão”, pondera a companhia.

Os analistas do Safra veem um futuro promissor para a companhia, que inclui as expectativas de privatização. Em 14 de novembro, o governo de Minas Gerais enviou à Assembleia Legislativa local um projeto de lei propondo a privatização das empresas de serviços públicos.

“Embora não seja um novo objetivo do governo (como uma proposta de emenda à constituição para permitir a privatização foi enviada pelo governo estadual em agosto de 2023), o novo anúncio permite que o governo de Minas Gerais também considere a venda de participações na empresa ou em suas subsidiárias”, comentam.

No entanto, os analistas pontuam que o processo pode ser complexo e levar tempo para ser concluído.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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