Cemig (CMIG4): Analistas veem rendimento de dividendos de dois dígitos com venda de fatia na Aliança Energia
A administração da Cemig (CMIG4) conseguiu entregar mais um marco amplamente positivo dentro do seu plano de desinvestimentos, avaliam analistas do mercado, ao repercutirem a notícia de que a companhia de energia elétrica de Minas Gerais celebrou com a Vale (VALE3) um acordo bilionário envolvendo a Aliança Energia.
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Por R$ 2,7 bilhões, a mineradora acertou um contrato para comprar a participação de 45% da Cemig GT na Aliança.
Na condição de sócia no empreendimento e considerando que a Vale utiliza, atualmente, a maior parte da energia gerada pela Aliança Energia, a mineradora optou por exercer seu direito preferencial de aquisição.
Segundo a Cemig, do valor da operação (atualizado pelo CDI), serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação.
Para o Itaú BBA, a venda de participação na Aliança por R$ 2,7 bilhões deve gerar uma criação de valor massiva à Cemig. A instituição estima que a companhia deve pagar em torno de R$ 580 milhões em impostos sobre esses ganhos de capital. Portanto, a criação de valor líquida deve ser de impressionantes R$ 2,3 bilhões.
O BBA destaca ainda o fato de a Cemig ter direito a um valor adicional, correspondente a 45% dos valores das indenizações futuras que porventura sejam recebidas pela Aliança, relativo aos prejuízos advindos do evento relacionado à ruptura da barragem de rejeitos do Fundão (desastre de Mariana) envolvendo a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), cujo valor de referência para fins do contrato é de R$ 223 milhões, também atualizado pelo CDI.
O Bradesco BBI foi surpreendido pelo preço de venda, que ficou bem acima das projeções da casa, de R$ 2,1 bilhões. O banco acredita que o consenso do mercado esperava ainda menos, em torno de R$ 1,5 bilhão.
“Podemos ter subestimado o preço de venda de energia elétrica de longo prazo assumido pela Vale para os ativos da Aliança”, comentam Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos. Os analistas classificam a transação como “muito positiva”.
Dividendos maiores vão pingar? Chances são boas, avaliam analistas
Os analistas concordam que, com a venda de participação na Aliança, as chances de a Cemig entregar dividendos adicionais são boas.
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De acordo com a XP Investimentos, considerando o balanço desalavancado da Cemig, “não descartamos que a companhia distribua mais dividendos do que sua política”.
Pelos cálculos do BBI, o rendimento de dividendos adicional implícito para 2024 para a Cemig a partir desse movimento é de 3%, elevando o rendimento total de dividendos do ano para pelo menos 10,5%, ante rendimento base de 7,5%.
“Lembramos que pode haver uma segunda etapa de aumento de dividendos se a Cemig negociar com sucesso uma redução de sua provisão de plano de saúde no segundo semestre de 2024”, acrescenta o BBI. “Isso poderia adicionar um rendimento adicional de quase 2%, o que levaria o total de 2024 para quase 13%, o mais alto em nossa cobertura para este ano.”
CMIG4 na carteira
Apesar da notícia bem-recebida nesta quinta, duas das três instituições mencionadas seguem sem recomendação de compra para as ações da Cemig.
BBI tem recomendação neutra para CMIG4, enquanto a classificação do BBA para a companhia é de “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado, equivalente a neutra).
Já a XP tem recomendação de compra para a elétrica, com um preço-alvo de R$ 16.