Cemig (CMIG4): Ação dispara 7% na semana, mas XP joga água fria; ‘não acredite na euforia’
A Cemig (CMIG4) saltou 7% na semana, sendo 5% só na última quinta-feira. O motivo para a variação, incomum para elétricas, tem nome e sobrenome: privatização. Já Copasa (CSMG3) subiu 6,57% no mesmo período.
Promessa antiga do governador Romeu Zema (Novo), o estado de Minas Gerais enviou um projeto de lei solicitando autorização para a privatização de ambas as estatais para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
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Apesar disso, a XP Investimentos diz que é pouco provável que o projeto avance, dado o relacionamento tenso entre o governador e a ALMG. Para piorar, informações da imprensa dão conta que esses projetos não foram discutidos previamente com a ALMG.
Um dos motivos de Zema não ter conseguido aprovado o projeto durante seus quase 6 anos de mandato é justamente o trâmite complicado para se privatizar empresas em Minas Gerais.
Há uma proibição na constituição do estado que impede qualquer privatização. Ela exige a aprovação do legislativo e um referendo antes de qualquer tentativa de privatização. Para contornar isso, uma mudança no texto é necessária, exigindo pelo menos 60% dos votos da assembleia.
“O relacionamento entre o governador e a ALMG não é sólido o suficiente para obter os votos necessários para todas as mudanças na constituição. Em segundo lugar, no caso da Copasa, os municípios – especialmente Belo Horizonte – devem concordar com uma solução comum para as concessões, o que pode ser um processo demorado”.
No caso da Sabesp (SBSP3), lembra a XP, a aprovação da assembleia estadual veio acompanhada de um acordo com todos os municípios atendidos, o que fez com que o tempo entre a aprovação da assembleia estadual fosse rápido.
Em junho, São Paulo conseguiu vender a companhia, que movimentou um total de R$ 14,8 bilhões, incluindo os R$ 6,8 bilhões pagos pela acionista de referência.
Por fim, o prazo para uma privatização parece ser curto, dado que no segundo semestre de 2026 haverá eleições estaduais e federais, “o que torna qualquer privatização mais difícil de implementar”.