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Cemig afirma ter 13 possíveis compradores para a Light

10 jul 2017, 16:05 - atualizado em 05 nov 2017, 14:00

Light

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) já entrou em contato com 14 potenciais compradores para a sua participação na Light, dos quais 12 sinalizaram interesse pelo ativo, disse o diretor de Finanças e Relações com Investidores da estatal mineira, Adézio de Almeida Lima. Segundo ele, dentre os dois investidores restantes, um indicou que estudaria a operação e apenas um afirmou que, neste momento, a Light não seria foco da empresa.

Em teleconferência com analistas e investidores, o executivo indicou que a venda da Light é prioritária e a companhia está focada na operação. Segundo ele, nesta semana a Cemig deve realizar um roadshow com possíveis compradores no País e semana que vem o mesmo trabalho será feito no exterior, “para ter uma avaliação sobre a firmeza desses interesses”.

A Cemig passou a considerar a Light seu ativo “mais importante e relevante” colocado à venda, dentre aqueles incluídos na lista de desinvestimentos apresentada ao mercado. Inicialmente a companhia havia ofertado ao mercado apenas o braço de geração da Light, a Light Energia, mas dias depois seus acionistas controladores decidiram se desfazer de toda a participação de 43% na empresa, incluindo também a distribuidora e outros serviços.

Com isso, em vez de um ativo de R$ 530 milhões em valor patrimonial, passou-se a buscar um comprador para um ativo que vale mais de R$ 2 bilhões, em valor de mercado. Lima explicou que a Cemig ainda não decidiu sobre como será feita a venda e não descartou a possibilidade de uma operação em separado dos ativos de geração e de distribuição, já que alguns dos investidores teriam sinalizado interesse mais em geração, outros mais na distribuidora, e apenas um terceiro bloco mostrou apetite por toda a empresa.

“Em 15 dias, devemos ter mais clareza. (…) É prematuro dizer se venderemos em partes ou global, mas a decisão de vender a Light é irrevogável, irretratável, venderemos toda a Light”, disse. O executivo também explicou que a operação poderá ser feita por meio de uma transação direta de compra e venda, ou ainda por meio de um leilão de venda do bloco de controle em bolsa.

Ele descartou, porém, a possibilidade de venda por meio de uma oferta secundária de ações em um potencial follow on, como chegou a ser sinalizado ao mercado no início do ano. Além da fatia da Cemig, a venda pode incluir a participação detida por bancos sócios da Cemig na Light por RME – Rio Minas Energia Participações e da Luce Empreendimentos e Participações SA (Lepsa). “Os bancos estão estudando”, disse Lima.

Atualmente, esses bancos possuem uma opção de venda (PUT) de sua participação na Light contra a Cemig, opção que representa um desembolso futuro para a estatal mineira da ordem de R$ 1,6 bilhão no curto prazo, já que a PUT vence em novembro deste ano. Segundo Lima, a ideia é que a própria venda da participação da Cemig na Light gere dividendos que seriam direcionados para o pagamento da PUT. Essa PUT tem como garantia ações de outra controlada da Cemig, a transmissora Taesa.

Embora estas ações, que não fazem parte do bloco de controle da companhia, também sejam citadas entre os desinvestimentos da Cemig, o diretor de finanças da estatal disse que neste momento, com a potencial venda da Light, esta operação ficou para depois. A ideia é realizar o pagamento da PUT com os dividendos provenientes da venda da Light, liberando as ações da Taesa para serem vendidas em um segundo momento, com recursos a serem usados não mais para o pagamento da PUT, mas para a amortização de dívidas da Cemig.

“Se houver evento de liquidez, a ideia é que suba dividendos para amortizar a PUT. É uma eficiência que teríamos e o interesse da companhia é que a amortização seja feita por meio dos dividendos”, disse Lima “Se na segunda quinzena de outubro vermos que esse evento de liquidez não acontecerá para amortização da PUT, fazemos a venda das ações da Taesa e liquidamos a PUT”, completou.

Seja como for, o diretor da Cemig salientou que a venda do controle da Taesa não está sendo analisada. “Não vemos a necessidade de vender controle da Taesa”, disse, salientando que a empresa é rentável e que outros ativos colocados à venda e mais outras iniciativas em andamento, como o reperfilamento das dívidas, serão suficientes para devolver o equilíbrio financeiro à estatal.

(Por Luciana Collet)

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