Justiça

Celso de Mello repassa à PGR pedidos de apreensão de celulares de Bolsonaro e Carlos

22 maio 2020, 12:35 - atualizado em 22 maio 2020, 12:35
Jair Bolsonaro
Bolsonaro é investigado por interferência na PF (Imagem: Reuters/Adriano Machado

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República três notícias-crimes apresentadas por parlamentares e partidos políticos que pedem medidas no inquérito que apura uma suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, incluindo o depoimento do presidente e a apreensão do seu celular e de seu filho Carlos.

Celso de Mello é o relator do inquérito aberto logo que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro deixou o governo acusando o presidente de tentar interferir na PF por ter interesse em inquéritos que podem envolver sua família.

As notícias-crimes a serem analisadas agora pela PGR foram apresentadas pela deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR) e pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), e pelas bancadas do PDT, PSB E PV.

Em sua conta no Twitter, Carlos Bolsonaro reagiu com ironia ao pedido, criticando a velocidade da ação do ministro, enquanto outros processos contra políticos estariam parados há anos.

“Que crime teria cometido para tamanha velocidade e abuso? Nenhum. A narrativa do sistema continua em pleno vapor (sic)”, escreveu.

Carlos Bolsonaro reagiu com ironia ao pedido, criticando a velocidade da ação do ministro (Imagem: Caio César/CMRJ/Direitos reservados)

O envio de pedidos do tipo para análise da PGR dentro de uma investigação é praxe. Em seu despacho, o ministro ressalta o “dever jurídico do Estado de promover a apuração da autoria e da materialidade dos fatos delituosos narrados por ‘qualquer pessoa do povo’.

A PGR propôs a investigação sobre o caso, mas em outras oportunidades dentro do processo o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi criticado por tomar posições favoráveis à defesa de Jair Bolsonaro. Também em outros pedidos apresentados por parlamentares e partidos, a PGR tem se manifestado contrária, alegando que a competência sobre os pedidos de investigação são da Procuradoria.

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