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Cedae diz que água do RJ terá carvão ativado para remover sabor de barro

15 jan 2020, 16:12 - atualizado em 15 jan 2020, 16:12
Turismo Praia Rio de Janeiro
Desde o começo do ano moradores da capital e de municípios da Baixada Fluminense têm reclamado da qualidade da água da Cedae (Imagem: Agência Brasil/ Tânia Rêgo)

A qualidade da água fornecida pela Cedae deve voltar ao normal na próxima semana, afirmou nesta quarta-feira o presidente da empresa estadual do Rio de Janeiro, Hélio Cabral, que garantiu que a água não oferece riscos à saúde da população, mesmo tendo apresentado cheiro forte, sabor de barro e turbidez.

Desde o começo do ano moradores da capital e de municípios da Baixada Fluminense têm reclamado da qualidade da água da Cedae.

Segundo a empresa, a proliferação de um alga em rios que abastecem o reservatório responsável pelo abastecimento de moradores da região foi a causa da mudança na água.

Cabral, que falou pela primeira vez nesta quarta-feira sobre a situação, afirmou que a Cedae já está comprando um equipamento para ser utilizado na estação de tratamento do Guandu –a mais importante do Estado–, e passará a usar carvão ativado para tratar a água.

“Com carvão ativado vai se evitar água com gosto de terra. Com equipamento e com carvão ativo isso não ocorrerá mais”, disse o executivo a jornalistas. A estação do Guandu receberá investimentos de cerca de 700 milhões de reais até 2022 para se tornar mais moderna, acrescentou.

A Cedae informou que pretende manter um estoque de carvão ativado para que o problema na água não se repita. O executivo anunciou ainda mudanças na gerência da estação do Guandu em meio à crise.

O presidente da estatal garantiu que a água não oferece risco à população e declarou que tem bebido a água normalmente em sua casa e no trabalho

As medidas foram anunciadas após o governador do Estado, Wilson Witzel, classificar em sua rede social o problema da água como injustificável e cobrar uma solução.

O presidente da estatal garantiu que a água não oferece risco à população e declarou que tem bebido a água normalmente em sua casa e no trabalho.

A diferença na água da Cedae provocou um corrida de consumidores aos mercados e depósitos em busca de garrafas e galões de água mineral, o que levou a uma alta de preços e até a uma escassez do produto.

A privatização da Cedae foi proposta como parte do pacto de recuperação fiscal do Rio de Janeiro com a União, depois que o Estado entrou em uma crise financeira profunda, e um estudo para a privatização foi apresentado pelo BNDES ao governo fluminense.

O governo do Rio estima ser possível arrecadar mais de 10 bilhões de reais com a privatização da empresa. Pelos estudos do banco, o Estado manteria controle da produção e tratamento da água, e a concessão ao setor privado contemplaria a distribuição de água e o tratamento do esgoto.