Camilo Santana

Ceará registra novos ataques criminosos

23 jan 2019, 12:28 - atualizado em 23 jan 2019, 12:28

O Ceará registrou mais uma noite de ataques criminosos, com ocorrências em diferentes cidades. Pelo menos três veículos e um posto de gasolina foram incendiados entre a noite desta terça-feira (22) e a madrugada de hoje (23), 22º dia consecutivo da onda de ataques a ônibus, carros, prédios públicos, estabelecimentos bancários e edificações em vias públicas iniciada no último dia 2. Investigadores apuram se as ocorrências têm ligações com os ataques dos últimos dias.

Vale deverá apresentar “fortes resultados” no quarto trimestre, diz Safra

Em Caucaia, a cerca de 20 quilômetros da capital, Fortaleza, homens ainda não identificados lançaram um carro em chamas contra um posto de combustível localizado às margens da Rodovia CE-090. O veículo usado na ação pertencia a um motorista de aplicativo e foi furtado próximo ao local onde o posto funciona. O carro foi destruído pelas chamas, que também atingiram parte do estabelecimento, inclusive duas bombas de combustíveis. Testemunhas informaram que, após lançar o carro contra o posto, um dos criminosos se feriu ao deixar o veículo em chamas.

Em Pindoretama, a aproximadamente 50 quilômetros de Fortaleza, o carro de um funcionário do deputado estadual Vitor Valim (Pros) foi incendiado ontem (22) à noite. Apresentador de um programa jornalístico policial na TV, Valim divulgou um vídeo nas redes sociais. Nele, o parlamentar diz que a ação contra seu funcionário visa a intimidá-lo. “Há muito tempo minha atuação como parlamentar e apresentador de televisão tem gerado muita raiva nos fora da lei. Recebo inúmeras ameaças por redes sociais, telefonemas, vídeos. Infelizmente, o estado passa por uma onda de violência.”

Segundo o empregado de Valim, cujo nome não foi informado, homens encapuzados o pararam enquanto ele dirigia o veículo, próximo ao sítio do parlamentar. Ainda segundo o funcionário, os criminosos pediram que ele descesse do carro e, então, atearam fogo no veículo, que foi consumido pelas chamas. Ninguém se feriu ou foi detido e o caso já está sendo investigado.

Ainda na noite desta terça-feira, o esquadrão antibombas da Polícia Militar isolou por cerca de duas horas uma das plataformas do terminal de ônibus de Messejana. Acionados para inspecionar o conteúdo de uma mochila abandonada, que verificaram não oferecer risco, os agentes foram alertados por guardas municipais de que, em um dos banheiros, havia material e instrumentos que poderiam ser usados na confecção de artefatos explosivos, como álcool, solvente, canivete, fósforo e papel. Todo o material apreendido foi entregue à Polícia Civil e será periciado.

A suspeita da presença de uma bomba também mobilizou agentes da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança e, ainda que as outras plataformas de embarque e desembarque continuassem operando normalmente, muitos usuários evitaram entrar no terminal temendo uma explosão.

+ Veja aqui quais são as pequenas gigantes da Bolsa que podem te ajudar a transformar centavos em milhões

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ataques

Até a tarde de ontem (22), 411 suspeitos de participar das ações orquestradas já tinham sido capturados. Segundo autoridades estaduais e especialistas em segurança pública, as ações podem ser uma reação de facções criminosas à nomeação do secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, e ao anúncio de medidas para reforçar a segurança nos presídios, como a não separação de presos em presídios por facção.

Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou cerca de 1.200 policiais militares da reserva para voltarem ao serviço. No dia 4, o governo federal autorizou o envio de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no combate aos ataques. No dia 13, o governador Camilo Santana (PT) sancionou leis que facilitam a adoção de medidas como a convocação dos militares reservistas; o pagamento a quem fornecer informações que resultem na prisão de bandidos ou evitem ataques criminosos no estado, entre outras.

Nesta semana, devem começar a chegar os primeiros integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, subordinada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Por razões de segurança, o órgão não informa quantos agentes prisionais serão cedidos por outros estados para integrar o grupo especial no Ceará.

Leia mais sobre: