CDS cai ao menor nível desde 2013
O risco país atingiu o nível mais baixo em quase sete anos após S&P Global Ratings colocar o Brasil um passo mais perto de sua primeira elevação de rating desde 2011.
O CDS de cinco anos chegou a cair para 103 pontos-base, o menor nível intradiário desde maio de 2013, quando o país ainda possuía o rating BBB, de grau de investimento pela S&P.
Na quarta-feira, a agência foi a primeira a melhorar a perspectiva do rating BB de estável para positiva.
Os investidores há muito precificam uma elevação do rating soberano do Brasil devido ao esforço do governo para melhorar a situação fiscal por meio de reformas, incluindo a da Previdência, aprovada em outubro.
Gilmar Alves Lima, economista do Banco BMG (BMGB4), vê “grandes chances” de que o rating seja elevado no primeiro trimestre de 2020.
Ele também espera que outras empresas de rating, como Fitch Ratings e Moody’s, melhorem as perspectivas da avaliação de crédito do Brasil nas próximas semanas.
A analista primária para o Brasil na S&P Global Ratings, Livia Honsel, disse que o rating pode ser elevado antes do prazo habitual de dois anos se o crescimento acelerar para além da previsão de 2%, o déficit nominal for reduzido e a agenda de reformas avançar, entre outros fatores.
A revisão de classificação pode ocorrer nos próximos 12 meses, disse ela em entrevista na quinta-feira, explicando que a agência geralmente reavalia a nota anualmente, a menos que mudanças econômicas, fiscais ou políticas exijam uma revisão antecipada.
Os títulos soberanos em dólar do Brasil já são negociados em um nível que precifica um upgrade. Atualmente, a curva dos rendimentos dos títulos do governo é mais baixa que a da África do Sul e Omã, que são classificados um nível acima do Brasil pela S&P.
O upgrade “é merecido”, disse Edwin Gutierrez, gestor de recursos da Aberdeen Asset Management em Londres: “O Brasil já opera como crédito BB+.”