Brasil e países da União Europeia podem ficar livres de restrições de voo aos EUA
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças estudam novas medidas que poderiam permitir a expansão das viagens após a exigência de testes de Covid-19 para pessoas em voos com destino aos EUA, disse Martin Cetron, diretor da divisão de migração global e quarentena da agência.
A suspensão das restrições para viagens de países como o Brasil e nações da União Europeia faz parte das discussões em andamento, disse Cetron em entrevista na quarta-feira. A permissão de entrada no futuro de pessoas que foram vacinadas também está em debate, disse.
“Proteger a saúde pública global e, ao mesmo tempo, minimizar a interferência nas viagens e no comércio é essencialmente nosso objetivo”, afirmou. “Essa ordem de teste é realmente um reconhecimento e mais um passo nessa direção.”
O debate da agência coincide com os trabalhos para implementar as novas regras, que entram em vigor em 26 de janeiro, após a posse do presidente eleito Joe Biden.
A proibição de viagens com origem na Europa e no Brasil foi decretada no ano passado, no início da pandemia, e não mudou muito desde então, disse Cetron.
Embora a prioridade seja promover a saúde pública, o CDC também está ciente dos danos econômicos das proibições às viagens, disse.
Sem precedentes
Após proclamação presidencial em 11 de março, o Departamento de Segurança Interna proibiu a entrada da maioria de cidadãos não americanos de 28 países europeus, China e Irã. O Brasil foi incluído em maio.
Robert Redfield, diretor do CDC, instou a Casa Branca a suspender pelo menos algumas das proibições, disse uma pessoa a par das discussões.
O CDC, o Departamento de Segurança Interna e a Casa Branca não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre o status da proibição.
Companhias aéreas, desesperadas para reativar a demanda após o colapso sem precedentes das viagens aéreas, se opuseram às restrições para a Europa e têm esperança de que sejam eliminadas com o novo regime de testes, disse a fonte.
Operadoras argumentaram que, mesmo que mais pessoas cheguem aos EUA de países onde o coronavírus também é comum, a realização de testes diminuirá o risco geral.
De acordo com as novas regras, passageiros terão que fazer um teste no período de três dias antes de voar para os Estados Unidos e fornecer documentação escrita do resultado negativo.
Companhias aéreas devem confirmar as informações antes de permitir o embarque dos passageiros, disse o CDC na terça-feira.
Uma questão potencialmente problemática para companhias aéreas é o que acontecerá nas rotas para a América Latina e o Caribe se os países não tiverem capacidade de teste suficiente para atender às regras do CDC. Companhias aéreas dos EUA têm registrado tráfego relativamente forte de ida e volta para o México, por exemplo.
Viagens domésticas
A chave para o CDC é “encontrar o nível certo de proteções individualizadas que mantenham pessoas infectadas com o vírus que nem sabem que estão infectadas ou com o vírus incubado fora do setor de transporte para manter todos seguros no processo”, Cetron disse. “Isso faz parte das discussões ativas, cujo momento será decidido à medida que avançarmos com esta implementação.”
As novas regras não se aplicam a viagens domésticas. Os EUA enfrentam o maior pico do surto de coronavírus, com quase 23 milhões de casos confirmados de Covid-19 e mais de 382 mil mortes.
Casos de uma variante do coronavírus considerada mais contagiosa que alarmou o Reino Unido também foram identificados nos EUA.
Questionado sobre a falta de exigência de testes para quem voa no mercado interno, Cetron destacou que o CDC já recomenda evitar viagens não essenciais, sejam nacionais ou internacionais, durante os picos.
A agência também tem diretrizes sobre como minimizar riscos para quem viaja.