CCR segue pressionada pela pandemia, mas mostra que está se recuperando, comentam analistas
O balanço da CCR (CCRO3) serviu para mostrar que as operações da companhia seguem pressionadas pela pandemia de covid-19. O lucro líquido despencou mais de 70% no terceiro trimestre do ano ante o mesmo intervalo de 2019, chegando a R$ 93,3 milhões.
O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação) atingiu R$ 1,2 bilhão, montante 16,5% menor do que foi apresentado um ano antes.
A receita líquida teve queda de 10,9% no comparativo anual, para R$ 2,1 bilhões. O desempenho foi afetado pelos níveis de tráfego abaixo dos números registrados antes de março (início das medidas de isolamento social contra o coronavírus) nas concessões administradas pela companhia.
Apesar dos aspectos ruins do período, o Safra classificou os resultados do trimestre como “neutros”, visto que o movimento nas estradas dá sinais de recuperação.
Na última semana de outubro, o tráfego de veículos nas rodovias da CCR voltou a crescer em relação a 2019 desde o primeiro trimestre de 2020.
“Apesar da recuperação mais lenta vista em volumes e receitas nas concessões de mobilidade urbana da CCR, é importante destacar que a maior parte da degradação do volume dessas concessões deve ser restaurada de acordo com as regras impostas pelos contratos”, comentou o analista do Safra Luiz Peçanha, em relatório divulgado nesta quinta-feira.
O banco decidiu manter a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para a ação, com preç0-alvo ao fim de 2020 de R$ 19,60.
A Guide Investimentos deixou um pouco de lado os números mais fracos do balanço e se concentrou no cenário positivo futuro.
“Reiteramos nossa recomendação positiva para a companhia, dadas as expectativas positivas para a reabertura com a chegada de uma vacina nos próximos meses”, afirmou o analista Luis Sales.
A Ágora Investimentos reiterou a compra do papel, com preço-alvo de R$ 17. Segundo a corretora, a CCR “segue com índice de alavancagem confortável, o que lhe permitirá entrar em novos projetos”.