CCR (CCRO3) vence leilão para concessão da Rota Sorocabana com oferta de R$ 1,6 bilhão
A CCR (CCRO3) venceu nesta quarta-feira (30) o leilão para concessão do sistema rodoviário do lote Rota Sorocabana, com oferta de R$ 1,601 bilhão, comprometendo-se com o investimento previsto de R$ 8,8 bilhões ao longo do contrato de 30 anos.
O leilão envolveu um conjunto de 12 rodovias em um total de 460 quilômetros que atravessam 17 cidades da região Sudoeste do Estado de São Paulo. O projeto prevê investimentos em obras que incluem duplicação e faixas adicionais.
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Além do grupo CCR, participaram do certame Ecorodovias, EPR e Pátria Investimentos.
Em teleconferência com analistas, executivos da CCR comentaram que a concessão consolida a presença da companhia no setor rodoviário com um projeto considerado estratégico e de Valor Presente Líquido (VPL) positivo. Eles destacaram que a aquisição se alinha com a estratégia de alocação de capital em rodovias e permite uma otimização de custos.
A CCR diz ter adotado uma abordagem rigorosa na análise do Opex, aproveitando sinergias e serviços compartilhados, e mantendo custos marginais para a nova concessão. A presença pré-existente da empresa em São Paulo e a digitalização de processos, como o sistema free-flow recentemente implementado, permitem uma operação mais enxuta e adaptada às novas tecnologias, segundo executivos.
A companhia informou que realizou testes de consistência em relação a Opex e Capex utilizando referências internas para garantir maior precisão nas estimativas do projeto. O Capex foi planejado sem pontos de alta criticidade, e cerca de 32% das obras serão realizadas no trecho da ViaOeste. No total, as obras de ampliação representam 52% dos investimentos, com os trechos mais complexos localizados na serra, cuja conclusão está prevista para o 8º e 9º ano de concessão.
A companhia destacou ainda que cerca de 50% do Capex de ampliação será executado em parceria com construtoras. Para garantir a eficácia e segurança nas obras, a CCR desenvolveu projetos funcionais para 100% das obras de ampliação, com base em sondagens, topografia, aerofotogrametria e detalhamento das drenagens.
A companhia sublinhou um pipeline com investimentos potenciais de R$ 120 bilhões em rodovias e outros R$ 70 bilhões em setores correlatos. Para garantir retornos sustentáveis, a empresa diz considerar a relação risco-retorno em futuras participações.
Os executivos disseram que a CCR tem uma vantagem de escala que permite a companhia operar com custos unitários menores e competitivos, o que colocaria a empresa em uma posição favorável para próximos leilões.
Como foi a disputa
A disputa ficou entre CCR e Ecorodovias, que ofertaram outorgas fixas de, respectivamente, R$ 1,45 bilhão e R$ 1,38 bilhão. Houve então a etapa de lances à viva-voz, encerrada com a proposta final pela CCR de R$ 1,601 bilhão, ligeiramente acima da oferta de R$ 1,600 bilhão da Ecorodovias.
O leilão da Rota Sorocabana faz parte de 1.800 quilômetros de rodovias incluídas no programa estadual paulista de “parcerias de investimentos”.
Também parte desse conjunto de estradas, o governo de São Paulo deve colocar em leilão no final de novembro o trecho da rodovia Raposo Tavares que liga a capital à Cotia. O projeto, chamado de “Nova Raposo”, envolve a concessão de 92 quilômetros de rodovia e investimento de R$ 7,9 bilhões.
Os certames acontecem em um momento de aceleração nos leilões de ativos públicos estaduais e federais neste final de ano. Somente o Estado de São Paulo planeja levantar pelo menos 19 bilhões de reais neste mês e em novembro com venda de projetos envolvendo estradas, escolas e loteria.
Já o governo federal, apenas em rodovias, prevê cinco leilões em dezembro. Além disso, um leilão de três áreas portuárias no Rio de Janeiro, Alagoas e Amapá está previsto para também para o último mês do ano.
Mais cedo, o governo do Piauí conseguiu leiloar a concessão de serviços de água e esgoto no Estado, um certame vencido sem concorrência pela Aegea.
*Com informações da Reuters