CCR (CCRO3) pode se dar bem com descontinuidade do projeto Nasp, diz BBI; entenda
O projeto para implantar um novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo não foi para frente, mas a CCR (CCRO3) ainda pode ganhar com o terreno que adquiriu, avalia o Bradesco BBI.
A CCR anunciou oficialmente na noite desta terça-feira (18) que está descontinuando o projeto Nasp, que criaria um aeroporto comercial privado nos municípios de Cajamar e Caieiras.
Em fato relevante divulgado ao mercado, a companhia explicou que não foi possível seguir com o projeto porque não houve aprovação de regulamentação que permitisse a implantação do aeroporto. Com isso, o terreno comprado no início de 2016 para o projeto, em contrato de R$ 387,4 milhões assinado com a Space, foi parcialmente devolvido.
O contrato previa que, no prazo de sete anos, a Companhia de Participações em Concessões (CPC), controlada da CCR, deveria confirmar a implantação do novo aeroporto, sob pena de devolução parcial do terreno. O prazo se encerrou em fevereiro deste ano.
A CCR está devolvendo 29,76% da área total do terreno, conforme previsão contratual original.
Segundo o BBI, como o imóvel está contabilizado no balanço da empresa pelo valor de R$ 387 milhões, a CCR deve amortizar cerca de R$ 115 milhões de seu imobilizado nos resultados do primeiro trimestre de 2023.
No entanto, a corretora destaca que, dada a descontinuidade do projeto, o terreno será reclassificado de “imobilizado” para “investimentos” e, consequentemente, será tratado como marcação a mercado.
“Com base nos dados do IGMI-R/Abecip, este terreno pode ter valorizado aproximadamente 74% durante o período de sete anos, o que significa um ganho pós-impostos positivo em torno de R$ 171 milhões ou R$ 0,10/CCRO3”, afirmam analistas, em relatório divulgado pela Ágora Investimentos.
Na avaliação do BBI, a CCR poderia usar os recursos para buscar novas oportunidades de crescimento. No fato relevante, a companhia chegou a reforçar que segue atenta às oportunidades envolvendo a parte remanescente do terreno.
O BBI manteve a recomendação de compra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 17.