CBDCs irão “complementar”, e não substituir o dinheiro em espécie, afirma BIS
Em seu relatório mais recente, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) analisou o surgimento de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) entre diferentes economias e disse que seu papel seria “de complementar, e não substituir o dinheiro em espécie”.
Além disso, o principal objetivo do relatório é compartilhar materiais sobre o assunto para que bancos centrais aprendam uns com os outros e, no futuro, complementem o diálogo político internacional nesse setor.
“Acreditamos que existe grande importância no aprendizado entre bancos centrais sobre suas abordagens — uma atividade promovida pelas discussões políticas internacionais (BIS (2020)) e as publicações de bancos centrais”, afirma.
O relatório também destaca que nações que estão bem distantes da tecnologia digital e do domínio da inovação poderão ter mais sucesso em facilitar o processo de sistemas de pagamentos em criptomoedas para se adaptarem a esse modelo de forma eficiente.
O relatório analisa profundamente três economias — China, Suécia e Canadá — para discutir as escolhas de abordagem e design de projetos de CBDCs para o varejo.
Por exemplo, o BIS disse que grande parte dos projetos de CBDCs provavelmente acontecerão na China por ser uma nação tecnologicamente avançada.
O novo projeto, chamado “moeda digital/pagamento eletrônico” (DCEP) já está passando por testes em quatro cidades chinesas.
Além disso, o relatório também afirmou que os planos de uma nova CBDC na China são adequados ao seu design, dadas as restrições de mobilidade relacionadas à pandemia.
Segundo as descobertas do BIS em seu fronte tecnológico de design, afirmou que mais bancos centrais estão planejando adotar o modelo “híbrido” ou “intermediário” que permitiria que o setor privado supervisionasse toda a atividade de pagamentos enquanto executa o sistema de pagamento parecido com o de dinheiro em espécie, como a reivindicação direta.
O relatório esclarece alguns dos principais motivos e motivações pelo interesse em CBDCs, como a necessidade de uma criptomoeda por conta de eventos como a atual pandemia e a significância de CBDCs em leis americanas de estímulo da COVID-19.
“No futuro, eventos como a pandemia COVID-19 destacam o valor de acesso a diversos tipos de pagamentos e a necessidade de qualquer método de pagamento ser tanto inclusivo como resiliente contra uma vasta gama de ameaças, assim como o dinheiro. Embora seja difícil antecipar os inúmeros desafios do futuro, bancos centrais irão continuar analisando e considerando cuidadosamente o papel de uma CBDC a longo prazo em diversos e possíveis contextos futuros”, afirma o relatório.
Recentemente, o The Block publicou um artigo que explorou inúmeras abordagens de CBDCs: “análise global sobre moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs)”.