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CBA (CBAV3) sobe mais 6% em reação à venda de participação na Alunorte

22 nov 2024, 13:31 - atualizado em 22 nov 2024, 18:34
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Para os analistas, a venda de participação da CBA na Alunorte é positiva e mostra comprometimento no processo de desalavancagem da siderúrgica (Imagem: CBA/Divulgação)

As ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) operam entre as maiores altas da bolsa brasileira nesta sexta-feira (22), em reação à venda da participação na Alunorte, a maior refinaria de alumina do mundo fora da China. 

CBAV3 terminou a sessão com alta de 6,31%, a R$ 6,23. Acompanhe o Tempo Real. 



A siderúrgica se desfez da participação acionária da Alunorte, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões, a serem pagos à vista. A venda foi para uma subsidiária integral da Glencore PLC. 

De acordo com a empresa, a operação faz parte de um plano estratégico da CBA de focar no core business do negócio, uma vez que a companhia é autossuficiente em alumina, sendo a integração na cadeia uma de suas principais vantagens competitivas.

Em resumo, a alumina é o intermediário no processo de fabricação, enquanto o alumínio é o produto final utilizado em diversas indústrias, como construção, transporte e embalagens.

A conclusão da operação ainda depende da aprovação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Alunorte — ainda sem data prevista. 

Após a transação, a CBA não receberá mais uma parte da produção de alumina da Alunorte  nem venderá o excedente de alumina. 

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O que dizem os analistas?

Para os analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, a venda de participação da CBA na Alunorte é positiva. 

“De acordo com nossa avaliação inicial, o acordo com a Alunorte representa cerca de 200 mil toneladas anuais de alumina e representou aproximadamente R$ 20 milhões no Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] da empresa em 2023”, escrevem Rafael Barcellos, do BBI e Renato Chaves, da Ágora, 

Para eles, a decisão mostra que a siderúrgica continua comprometida com o processo de desalavancagem em andamento. 

No terceiro trimestre, o nível de endividamento da companhia, medido pela relação de dívida líquida e Ebitda, caiu de 5,66x para 3,41x dívida líquida/Ebitda. 

Nas contas dos analistas do banco e da corretora, a operação deve reduzir a alavancagem da companhia para abaixo de 2x dívida líquida/Ebitda. 

Já o Bank of America (BofA) destaca que a CBA foi capaz de “monetizar um ativo não essencial, com impacto mínimo nos resultados e mantendo sua posição integrada em bauxita e alumina”. 

Os analistas do banco reiteraram a recomendação de compra para as ações CBAV3, reforçando a visão otimista para o alumínio no restante de 2024 e início de 2025. 

“O alumínio é um beneficiário da combinação de estímulo chinês e cortes de juros pelo Federal Reserve”, o Banco Central dos Estados Unidos, escreveram os analistas Guilherme Rosito, Caio Ribeiro, Jason Fairclough e Mariana Leite. 

Além disso, eles destacam que o alumínio “está vendo um cenário positivo muito particular” com as fundições chinesas já operando perto da capacidade total, enquanto as fundições têm visto aperto no mercado de alumina devido a uma série de interrupções, incluindo aperto na produção de bauxita. 

“Acreditamos que isso é muito positivo não apenas para os preços do alumínio, mas também para a CBA, que é integrada tanto na bauxita quanto na alumina”, dizem em relatório. 

*com Renan Dantas