Cateno já representa a maior parte do valor da Cielo, avalia Credit Suisse
A Cateno, negócio de gestão de cartões da Cielo (CIEL3), já é responsável pela maior parte do valor das ações da empresa, avalia o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes.
O banco elevou a recomendação para os papéis de venda (underperform) para neutra (neutral) após avalia que a ação está ficando mais atraente após a queda de quase 50% em 2020.
O preço-alvo passou de R$ 6 para R$ 4,80.
“A preço atual, as ações refletem basicamente o valor da posição de caixa mais a Cateno, além de lucros baixos na adquirência. Embora um cenário em que a Cielo administre sua unidade de adquirência com perdas não seja impossível, não a vemos persistindo no longo prazo”, apontam os analistas Daniel Federle, Marcelo Telles, Felipe Cheng, Otavio Tanganelli e Juan Pablo Alba.
Maior empresa de pagamentos eletrônicos do país, a Cielo anunciou nesta terça-feira (28) que seu lucro de janeiro a março somou R$ 202,6 milhões, queda de 65,4% em relação a igual período de 2019. Na comparação sequencial, o recuo foi de 24,6%.
A Cateno, que é uma joint venture com o Banco do Brasil (BBAS3), alcançou um lucro líquido de R$ 117,1 milhões, queda de 12,9% na comparação com o ano anterior. O valor representa 58% do total da empresa.
“Embora outros adquirentes tenham se esforçado muito em novas iniciativas, como bancos, crédito e software, para compensar rendimentos decrescentes em seus negócios principais, não vemos a Cielo seguindo o mesmo caminho até agora”, opinam os analistas.
Segundo eles, as ações da Cielo podem se recuperar com uma aceleração no lançamento de novos produtos ou uma potencial reestruturação corporativa. A empresa possui como controladores o Bradesco (30,06%) e o Banco do Brasil (28,65%).
“Do lado negativo, os resultados potencialmente mais fracos do que o esperado na Cateno representam um risco negativo, já que Cateno é responsável pela maior parte do valor justo da Cielo”, conclui o banco.