Cassação de Francischini pelo TSE foi um estupro, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro classificou nesta sexta-feira como um estupro e uma violência contra a democracia a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado estadual paranaense Fernando Francischini (PSL), um aliado dele, que disseminou notícias falsas sobre a integridade das urnas eletrônicas no dia da eleição de 2018.
“A cassação do deputado Francischini foi um estupro”, disse Bolsonaro em evento no Paraná.
“Aquela cassação foi uma violência contra a democracia e quem deve reagir é o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná assim como Lira reagiu quando aquela CPI do Renan indiciou alguns parlamentares”, emendou ele, também criticando a iniciativa da CPI da Covid que propôs punir deputados e senadores que divulgaram informações falsas sobre o enfrentamento à pandemia.
Bolsonaro disse que parlamentar pode fazer críticas sobre qualquer assunto, destacando a inviolabilidade dele.
Na semana passada, o TSE condenou o deputado paranaense por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e de autoridade, tornando-o inelegível.
Na eleição de 2018, Francischini realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais para, segundo ele, denunciar que duas urnas teriam sido fraudadas e não aceitariam votos para o então presidenciável Jair Bolsonaro.
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) havia rejeitado ação movida pelo Ministério Público Eleitoral contra o deputado estadual. O MP recorreu e, agora, o TSE julgou procedente a ação.
Pelo Twitter logo após a decisão da corte eleitoral, Francischini disse lamentar a decisão do TSE que afeta um mandato conquistado pela vontade do eleitor e que não vai desistir. “Nós vamos recorrer e reverter essa decisão no STF (Supremo Tribunal Federal) preservando o voto e a vontade de meio milhão de eleitores paranaenses”, afirmou.
Nos últimos meses, Bolsonaro levantou seguidas vezes dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas para o pleito de 2022.
Ele enfrenta um inquérito no TSE e outro no STF por divulgar informações falsas sobre a confiabilidade do equipamento atualmente usado.
No evento desta tarde, Bolsonaro disse que agora as urnas são confiáveis porque um representante das Forças Armadas faz parte da comissão de acompanhamento.