Internacional

Casos de Covid-19 voltam a subir nos EUA e revertem tendência

25 mar 2021, 15:56 - atualizado em 25 mar 2021, 21:29
Coronavírus
Os casos registrados nesta semana em Nova York pela Johns Hopkins pareceram artificialmente inflados após a defasagem de dados (Imagem: Perfil oficial do Governo do Estado do Amapá)

Os casos de Covid-19 voltaram a aumentar nos Estados Unidos, revertendo a tendência após meses de queda, o que pode ameaçar o retorno à normalidade.

A média de sete dias de novos casos subiu para 57.695 na quarta-feira, 9,5% acima da semana anterior, o que marca o maior aumento desde 12 de janeiro, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Embora seja uma fração do pico de meados de janeiro, a mudança de tendência é preocupante à medida que os estados reabrem as economias, os casos de variantes se multiplicam e o país corre para vacinar o máximo de pessoas possível para evitar outra onda.

“Não estamos fora de perigo”, disse Ali Mokdad, professor de ciências métricas de saúde do Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde da Universidade de Washington, que produz influentes projeções sobre a Covid-19. “Estamos desacelerando e, em muitos lugares, indo na direção errada.”

Os casos registrados nesta semana em Nova York pela Johns Hopkins pareceram artificialmente inflados após a defasagem de dados. Mas isso não teve impacto significativo na tendência nacional, que está crescendo aproximadamente no mesmo ritmo mesmo sem Nova York.

“Agora não é hora de desistir. Temos o objetivo em vista, precisamos de mais vacinas e de maneiras mais eficazes para distribuí-las”, disse Isaac Weisfuse, médico epidemiologista e professor adjunto da Universidade Cornell em Ithaca, Nova York. “É realmente uma tragédia alguém ser infectado e morrer nesta fase.”

Um aumento de quase 10% deveria fazer com que os estados reconsiderassem os planos de reabertura e tentassem acelerar a vacinação, com foco nos bairros mais afetados, disse Weisfuse. A crescente fadiga da pandemia entre cidadãos mais jovens, especialmente os que viajam nas férias de primavera, é uma preocupação significativa, porque há menor probabilidade de que sejam vacinados.

Os EUA vacinaram 1 em cada 4 pessoas e, na semana passada, administraram, em média, cerca de 2,5 milhões de doses por dia, de acordo com o rastreador de vacinas da Bloomberg.

Esse ritmo não é suficiente para alcançar a imunidade coletiva, e muitos especialistas em saúde pública temem que outro aumento possa ocorrer antes que a campanha de imunização atinja o pico. Texas, Tennessee e Alabama estão entre os estados mais lentos do país, o que pode refletir hesitação em relação às vacinas entre eleitores republicanos, especialmente homens.

Embora as vacinações e a diminuição da sazonalidade do coronavírus joguem a favor dos Estados Unidos, há o perigo das variantes mais contagiosas, maior mobilidade e menor uso de máscara, disse Mokdad, da Universidade de Washington.

A queda do número de casos em grandes estados como Califórnia, Texas e Flórida mascararam aumentos em outros lugares. “Estamos vendo um aumento localizado, mas podemos notar isso em todos os lugares”, disse Mokdad. “Se não formos rápidos em desacelerar ou impor ordens para desacelerar o aumento, sim, veremos um salto dos casos.”

As hospitalizações em alguns estados também começam a desafiar a tendência de queda. Sete estados, incluindo Nova Jersey, Delaware e Maryland, registraram aumento da média diária de casos de Covid-19 por uma semana consecutiva, de acordo com análise da Universidade de Minnesota de dados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

“É importante não ignorar as mudanças, especialmente quando essas mudanças se tornam mais consistentes”, disse Pinar Karaca-Mandic, professora de gerenciamento de risco de saúde que coordenou a análise.

A boa notícia: dessas hospitalizações, um menor número acaba na UTI ou resulta em mortes, porque a campanha de vacinação se concentrou em americanos idosos e pessoas com maior risco, disse Karaca-Mandic.

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