Caso LinkedIn: “Retrocessos começam assim, com pequenas ações”, diz diretor-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial
A Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial informou que requisitará ao LinkedIn no Brasil e nos Estados Unidos, onde fica a sede da empresa, esclarecimentos sobre os relatos de que a companhia teria barrado anúncio com preferência a candidatos negros e indígenas.
Segundo o diretor-geral da iniciativa, Raphael Vicente, o questionamento é importante para a discussão sobre ações afirmativas no Brasil. “Retrocessos começam assim, com pequenas ações que atingem milhares de profissionais negros”, afirmou ao Money Times.
A Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial é um movimento composto por mais de 50 empresas, como Magalu e BASF, que movimentam juntas R$ 1,3 trilhão de faturamento.
Segundo Vicente, protocolar o documento tem como finalidade principal entender o que de fato aconteceu, e se foi uma mudança nas políticas internas da plataforma. A dúvida se evidencia, diz, porque o próprio LinkedIn recentemente adotou uma série de políticas de diversidade e inclusão.
Vicente diz que é preciso investigar se a retirada dos anúncios de vagas foi um erro do sistema da empresa e entende que, de qualquer forma, há uma gravidade em cometer erros como esses.
Para ele, as vagas direcionais para minorias são a materialização dos discursos de diversidade e inclusão difundidos pelas empresas, sociedade civil e pelo próprio LinkedIn.
A Iniciativa Empresarial entende que seu posicionamento é necessário, mesmo que o ministério Público Federal bem como o Procon Racial de São Paulo já tenham notificado a empresa.
A empresa LinkedIn Representações do Brasil Ltda. tem que esclarecer os questionamentos do Procon-SP até esta quinta-feira (24).
A rede social até o momento não veio a público e relatou para a reportagem que ainda está apurando o que de fato aconteceu em sua plataforma.