Giro do Mercado

Caso corte de gastos seja pouco, entraremos em um ciclo de giro alto e inflação, diz analista da Empiricus

21 nov 2024, 17:01 - atualizado em 21 nov 2024, 17:01
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(Imagem: Pixabay/ Monfocus)

Caso corte de gastos do governo seja pouco, o Brasil pode entrar em um ciclo de inflação persistente, com impactos negativos no crescimento econômico e no mercado de trabalho, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research no Giro do Mercado desta quinta-feira (21).

O plano de corte de gastos pode estar prestes a sair do papel. O ministro Fernando Haddad sinalizou que o anúncio deve acontecer até a próxima terça-feira (26), segundo informações da CNN.

A expectativa é de que as medidas gerem uma economia de R$ 70 bilhões para os cofres públicos, sendo de R$ 30 bilhões só em 2025. Também está previsto que os reajustes do salário mínimo e benefícios sociais seguirão as regras do arcabouço fiscal. Ou seja, o crescimento dos gastos fica limitado a 2,5% acima da inflação.

Segundo Spiess, historicamente o governo brasileiro prefere fazer ajustes fiscais que se baseiam em aumentos temporários de arrecadação ou cortes específicos, que não geram resultados a longo prazo, invés de ajustes mais estruturais.

‘’Seriam ganhos específicos que só acontecem uma vez, daí depois tem que pensar em outra forma de conseguir esse dinheiro ou outra forma de cortar aqui e assim por diante. Isso é muito ruim’’ disse ele.

Além disso, Spiess aponta que mesmo com a economia crescendo 3% ao ano, o governo continua aumentando os gastos acima do crescimento da arrecadação, elevando ainda mais os riscos.

‘’Você tem o governo ainda operando em déficit e você ainda tem o aumento da relação de lidar sobre o PIB, ou seja, você ainda trabalha de maneira expansionista, isso é muito ruim’’, disse o analista.

Já em relação à Selic, Spiess disse que devido às expectativas de dúvidas do pacote fiscal, a tendência é que se comece a se precificar uma taxa mais alta.

Além disso, disse que a ancoragem das expectativas em termos de projeção dependem totalmente do que iremos observar no ajuste fiscal.

‘’ Se vier um ajuste fraco, pode escrever, vai subir 0,75 p.p, mas se vier um ajuste bom e aceitável, daí sobe 0,50p.p’’, disse ele.

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