Casas Bahia (BHIA3) recua 6% com mais um resultado fraco; veja o que dizem os analistas
As ações da Casas Bahia (BHIA3) caíram mais de 6% nesta quinta-feira (14), no primeiro pregão depois de a companhia ter divulgado mais um balanço avaliado como fraco por parte do mercado.
Os papéis BHIA3 terminaram o dia com baixa de 6,39%, a R$ 3,81.
A varejista teve prejuízo de R$ 369 milhões no terceiro trimestre, em uma melhora de 56% na base anual, enquanto a receita líquida consolidada caiu 2,9%, a R$ 6,4 bilhões, e o GMV (volume bruto de mercadorias) recuou 8,7%.
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A linha final do balanço ainda sofre com despesas financeiras elevadas, e a expansão da carteira de crédito adiciona um risco adicional, resumiram Iago Souza e Nina Mirazon, da Genial Investimentos.
A Casas Bahia expandiu a concessão de crédito em 7,5%, mas o FIDC (fundo de crédito), lembram os analistas da corretora, ainda não está operacional. Para eles, a companhia está agora mais exposta ao risco de inadimplência no médio prazo.
“Para vermos um início de geração de caixa, precisaríamos ter as vendas voltando a crescer acima da inflação dos próximos anos e, dado a abertura da curva de juros e a demora em implementar o FIDC, permanecemos céticos que essa virada de página acontecerá em 2025”, disseram.
A Genial recomenda a venda das ações da Casas Bahia, com preço-alvo de R$ 4.
O BTG Pactual observou que a tendência de enfraquecimento da receita continuou no terceiro trimestre.
O banco destacou a redução das operações e o foco em categorias mais rentáveis como parte do plano de reestruturação e lembrou também que a empresa levantou R$ 602 milhões em um follow-on para reforçar sua estrutura de capital.
“Apesar dessas medidas, mantemos nossa recomendação neutra devido ao cenário competitivo acirrado, forte exposição ao segmento de eletrônicos/eletrodomésticos, altos custos de financiamento e desafios na monetização de créditos fiscais”, afirmou em relatório assinado por Luiz Guanais e equipe.
Casas Bahia melhora em lojas físicas
O BB Investimentos, que também recomenda a venda do papel, ponderou que as lojas físicas da Casas Bahia finalmente mostraram um desempenho positivo, superando as expectativas do banco com um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No canal 3P (marketplace) do online, em que Casas Bahia atua como intermediária entre vendedores e consumidores, houve crescimento de 18,2% na base anual, sublinhou Andréa Aznar, que assina o relatório do banco.
O sucesso do canal 3P é atribuído ao foco em maior rentabilidade e à ampliação de serviços oferecidos, como logística e crédito, tanto para clientes quanto para vendedores.
A rentabilidade da empresa também apresentou sinais positivos, com avanço de 1,5 ponto percentual na margem bruta e de 8,7 pontos percentuais na margem Ebitda, indicando melhorias operacionais substanciais.
Ainda assim, o BB Investimentos disse acreditar que o mercado precisará de mais tempo para verificar a consolidação das recentes melhorias na companhia, que segue com um plano de reestruturação em meio a um cenário macroeconômico visto como desafiador.